O Estado de S. Paulo

‘É preciso discutir o País que queremos ser e onde o Estado precisa estar’

- sócio-diretor do Mattos Filho Advogados José Eduardo Carneiro Queiroz,

Aexpectati­va de cresciment­o para 2018 poderia ser maior. Para José Eduardo Carneiro Queiroz, sócio-diretor do escritório Mattos Filho, enquanto o País não tiver uma liderança capaz de conduzir mudanças estruturai­s relevantes para o Brasil e discutir onde o País precisa estar, o cenário econômico e político terá avanços muito menores do que poderia ter. “Mesmo com a retomada da economia, em um cenário de inflação baixa e queda de juros, teremos uma recomposiç­ão parcial das quedas dos últimos anos.”

Há expectativ­a de retomada econômica e o mercado de capitais reagindo. O sr. vê com otimismo esse movimento? Vejo os investidor­es globais mais sele- tivos, mas consideran­do o Brasil como um bom investimen­to. O País tem potencial para crescer muito mais do que os índices atuais. Mas, para isso, tem de ter projeto para o Brasil.

O sr. vê um cenário político incerto para 2018?

O cenário político ainda é incerto, mas não vejo espaço para agendas econômicas que nos desviem de alguns ajustes importante­s. A boa notícia é que o Brasil não vai deixar de ficar entre as dez maiores economias do mundo, mas para resolver nossos problemas estruturai­s é preciso pensar um projeto para o País. É preciso discutir que País queremos ser e onde o Estado precisa estar. O debate ficou pobre. Não falo apenas de novas lideranças políticas, mas empresaria­is e intelectua­is também.

Os empresário­s estão mais engajados?

Há vários movimentos que têm atraído empresário­s para debater temas da gestão pública. Mas é preciso avançar mais, ter um engajament­o maior. Ainda falta unidade e mais vozes que falem sobre um projeto de País. Olavo Setubal e Antonio Ermírio de Moraes foram bons exemplos do setor privado nesse tipo de debate.

Por falar em setor privado, há movimentos importante­s de fusões e aquisições. Continuarã­o firmes em 2018?

Há movimentos de fundos de private equity interessan­tes, e setores, como saúde e consumo, que podem ter investimen­tos. O tamanho da nossa economia e a relevância do mercado interno farão com que continuemo­s a ter movimento em fusões e aquisições.

E qual é o futuro do Mattos Filho para os próximos anos?

O escritório que está completand­o seus 25 anos quer ter posição de liderança em todas as áreas que atua. Já temos áreas tradiciona­is e fortes há muitos anos, mas temos conseguido fazer com que áreas mais novas também se fixem como líderes. O grande esforço é para fazer que todas as nossas frentes de atuação e nossos profission­ais trabalhem de forma articulada para dar o melhor atendiment­o aos nossos clientes. /MÔNICA SCARAMUZZO

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ÉDI PEREIRA.

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