CPMI quer jogar Saud contra Joesley Batista
Preso há 50 dias, Ricardo Saud irá hoje à CPMI da JBS. A comissão vai tentar jogá-lo contra o ex-chefe Joesley Batista para que conte detalhes das tratativas em torno da delação premiada dos dois. O colegiado busca indícios de que eles foram orientados por Rodrigo Janot e sua equipe a colher provas antes de acertarem a colaboração. Como o acordo está suspenso, Saud não é obrigado a responder às perguntas. Quem o conhece diz que ele irá se manter em silêncio, mas como seu temperamento é imprevisível a decisão só será tomada na sessão.
» Direto ao ponto. “Quero que ele entregue os irmãos Batista. Tenho esperança que ele fará isso”, diz o presidente da CPMI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que garante até sessão reservada para Saud se ele preferir.
» Recolham. Após analisar as provas que chegaram à CPMI da JBS, Ataídes Oliveira diz estar convencido de que o ex-procurador Marcelo Miller orientou a delação dos executivos da empresa e que o ex-auxiliar de Rodrigo Janot deve ser preso imediatamente.
» Sem explicação. Em setembro, o ministro Edson Fachin, do Supremo, negou o pedido de prisão de Marcelo Miller. Ataídes Oliveira quer saber por que a PGR nunca recorreu da decisão. Miller nega as acusações.
» Vou não. Ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot, o procurador Eduardo Pelella enviou ofício para a CPMI da JBS declinando do convite para ser ouvido nesta quarta sobre a delação de executivos da empresa.
» Vem na marra. A demora de Pelella em se manifestar irritou o comando da CPMI que preparou um requerimento de convocação do procurador para depor na condição de testemunha.
» Fura teto. Apesar de todo barulho em torno da CPI dos supersalários do Senado, apenas o bloco PT-PDT indicou representante até agora – José Pimentel (PTCE) como titular e Regina Souza (PT-PI), como suplente. Sem os nomes, a CPI não é instalada.
» Povo fala. Michel Temer prometeu ao vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, que o governo fará pesquisa para decidir se persiste na tentativa de aprovar a reforma da Previdência.
» Fala sério. Henrique Meirelles tentou minimizar sua fala de que seria “interessante” ser vice na disputa de 2018, mas o PSD não entendeu como brincadeira.
» Animou. O partido do ministro da Fazenda comemorou o fato de ele ter incluído a sigla nas discussões rumo ao Planalto, mas achou a vaga de vice pouco. » Conta outra. A iniciativa da Advocacia-Geral da União de incluir a possibilidade de o governo editar uma medida provisória para resolver a situação da Oi já havia sido descartada em janeiro. Na ocasião, o Planalto considerou inviável dispor de MP para salvar empresa privada.
» Com eles não. O deputado Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB, aceita se aliar ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para disputar a eleição de 2018, desde que o PT não esteja no mesmo palanque.
» Água mole... Câmara, porém, insiste numa aliança inédita com Jarbas e o senador Humberto Costa (PT). Não vai ser fácil.
COM NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA.