Laboratório é o novo aliado dos atletas que miram Tóquio
Em espaço que funciona no Parque Aquático Maria Lenk são feitas avaliações completas dos competidores
Futura sede administrativa do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Parque Aquático Maria Lenk já funciona como centro de treinamentos para atletas – e um laboratório inaugurado em fevereiro é uma das apostas para ajudar a equipe que terá a missão de buscar vagas nos Jogos de Tóquio-2020.
O Laboratório Olímpico ocupa uma área de 1.700m². O projeto foi gestado em 2009, mas, devido a custos, importação de equipamentos e burocracia, só foi colocado em prática este ano.
O laboratório foi erguido em parcerias do COB com nove instituições de ensino e financiado com recursos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. O valor total ultrapassou R$ 13 milhões, e anualmente custa cerca de R$ 2 milhões.
Ao todo, 33 profissionais avaliam atletas olímpicos nas áreas de bioquímica, fisiologia, biomecânica, preparação mental, força e condicionamento, medicina e fisioterapia, análise de desempenho, tecnologia aplicada ao esporte e gestão do conhecimento.
“Quando a gente passa os resultados para o treinador, ele sabe o que precisa trabalhar mais no atleta. Você pega a canoagem, por exemplo. É um esporte unilateral, sempre tem um desequilíbrio (muscular). Para o treinador, é importante saber de quanto é esse desequilíbrio, se é de 20%, 30% ou 80%”, explicou Jacqueline Godoy, responsável pelo laboratório.
O canoísta Isaquias Queiroz, que conquistou três medalhas nos Jogos do Rio, é um dos atletas que treina visando a uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio que já passaram pelo Laboratório Olímpico, fazendo uma bateria completa de testes.
Além de direcionar os treinos, os testes no laboratório olímpico ajudam a detectar lesões e até mesmo a direcionar melhor a dieta a ser indicada aos competidores.
A intenção do COB é de que atletas de todas as confederações sejam avaliados no laboratório, mas para tanto será preciso driblar a crise financeira. “Estamos em processo de crescimento, temos uma limitação de recursos humanos e financeiros. Para crescer, precisaremos também de mais profissionais.”
Ela explica que todos os custos são bancados pelo COB e não apenas os de manutenção de espaço. É o comitê quem paga, por exemplo, o transporte e hospedagem de atletas. Por isso, a intenção é passar a oferecer a estrutura para testar atletas não olímpicos e ter uma fonte extra de renda. Atualmente, isso não é possível.