O Estado de S. Paulo

A retomada da economia é forte, segundo a FGV

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A recuperaçã­o da economia está em pleno curso, o cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em 0,8% neste ano e em 2,5% no ano que vem e o consumo das famílias realça “a percepção de melhoria de bem-estar”, mas, segundo o Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia (IbreFGV), os riscos não podem ser ignorados. Um deles é a certeza de que, como a economia está melhorando e o Brasil “defronta-se com uma excepciona­l janela de oportunida­de para resolver os seus imensos desafios fiscais”, a sociedade e o Congresso não podem desprezar “as incertezas de longo prazo” nem o risco de que o cenário positivo de curto prazo torne a sociedade e a classe política “ainda menos sensível” à urgência das reformas, segundo os economista­s Armando Castelar Pinhei- ro, Silvia Matos e Julio Mereb.

Ressalvado o alerta contido na abertura do boletim, o conjunto de análises é muito positivo. O alívio financeiro das famílias decorrente da queda da inflação e do juro – e da expansão da renda real – deverá sustentar o consumo em 2018.

Os índices de confiança de empresário­s e consumidor­es são promissore­s, destacando-se os bons indicadore­s da situação atual, e não só de expectativ­as futuras, segundo Viviane Seda Bittencour­t.

Até o mercado de trabalho tem da- dos positivos, confirmand­o “o crescente dinamismo” dos indicadore­s de mão de obra ao longo de 2017. A inflação é tão reduzida (a marca de 2,46% em 12 meses, até agosto, foi a menor dos últimos 20 anos) que poderá deixar saudade, afirmam Salomão Quadros e André Braz.

Os indicadore­s do comércio exterior revelam cresciment­o forte das importaçõe­s de bens de capital e recuperaçã­o dos investimen­tos. A situação do balanço de pagamentos é muito favorável, mas o País depende das exportaçõe­s para a China. Necessita, ainda, que a economia global continue em alta.

E, para que seja possível continuar com a inflação baixa e sob controle, os governante­s precisam promover “as reformas e os ajustes fiscais de que o País precisa, para termos chance de viver com juros reais mais civilizado­s no futuro”, notou José Júlio Senna.

A leitura do Boletim Macro Ibre afasta análises que estabelece­m dúvidas sobre a retomada econômica, mas enfatiza que, sem reformas fiscais, em especial a da Previdênci­a, o risco de um retrocesso é elevado.

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