Preços no atacado desaceleram e IGP-M sobe 0,20%
Inflação do aluguel veio abaixo das expectativas do mercado; no ano, indicador registra um recuo de 1,91%
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou o ritmo de alta para 0,20% em outubro, após uma elevação de 0,47% em setembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado veio abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um avanço de 0,25% a 0,43%, com mediana positiva de 0,30%. Com a taxa de outubro, o índice acumula recuo de 1,91% no ano, além de redução de 1,41% em 12 meses.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M de outubro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, aumentou 0,16%, ante uma alta de 0,74% em setembro. O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou aumento de 0,28% em outubro, após a queda de 0,09% no mês anterior. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve avanço de 0,19% em outubro, depois do aumento de 0,14% em setembro.
O IGP-M é usado para reajuste de contratos de aluguel. O aluguel residencial corrigido sempre no mês de novembro pelo IGP-M terá uma redução de 1,41%. Essa foi a variação registrada por esse índice de novembro do ano passado a outubro deste ano. A diminuição acontece pelo quinto mês consecutivo, e o mercado vem se adaptando a essa situação inusitada de correção negativa.
Não chega a ser uma queda expressiva: um aluguel de R$ 2 mil, por exemplo, cairia para R$ 1.971,80 – uma diferença de R$ 28,20. Como não existe uma legislação que trate claramente de reajuste negativo no valor de locações, o mais indicado é uma avaliação da situação.
O proprietário que quer manter o inquilino pode concordar na redução do aluguel; já o inquilino que pretende permanecer no imóvel pode aceitar manter o mesmo valor.
Nem todos os contratos são atualizados pelo IGPM, a lei permite que sejam escolhidos outros indexadores. A legislação, no entanto, proíbe que o contrato seja reajustado pela variação de moeda estrangeira, como o dólar, ou ao aumento do salário mínimo.