Funaro ‘já mentiu outras vezes à Justiça’, reage Planalto
Em nota, Secom afirma que o PMDB só recebeu doações oficiais; Moreira Franco alega que Funaro ‘vive de delinquência’
O presidente Michel Temer rebateu ontem as acusações do corretor Lúcio Funaro, de que teria recebido R$ 2 milhões de propina do Grupo Bertin, em 2010, disfarçada de doação declarada à Justiça Eleitoral em sua primeira campanha a vicepresidente, quando estava na chapa da presidente cassada Dilma Rousseff.
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que o presidente “contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça”.
O texto também afirma que as doações recebidas pelo PMDB naquele ano foram oficiais e registradas na Justiça Eleitoral, e sem relação com financiamentos do FI-FGTS.
“Em 2010, o PMDB recebeu R$ 1,5 milhão em três parcelas de R$ 500 mil como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do Diretório Nacional do partido entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os valores não têm relação com financiamento do FI FGTS”, diz o comunicado.
A Secretaria-Geral da Presidência criticou Funaro. “Uma pessoa que vive da delinquência, necessariamente, vive da mentira”, afirmou em nota.
O advogado de Eduardo Cunha, Délio Lins e Silva Júnior, afirmou que até o momento Funaro não entregou provas sobre os valores que teriam sido repassados ao deputado cassado. “A anotação dele é unilateral, é da cabeça dele. Ele não apresentou prova nenhuma de como Cunha recebeu valores em relação a nenhuma das operações.”
Já o Grupo Bertin, em nota, informou que, mesmo sem acesso ao conteúdo do depoimento de Funaro, “a empresa mantém-se à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos que eventualmente sejam necessários”. A reportagem não localizou o ex-jogador de futebol Vampeta.