O Estado de S. Paulo

Funaro ‘já mentiu outras vezes à Justiça’, reage Planalto

Em nota, Secom afirma que o PMDB só recebeu doações oficiais; Moreira Franco alega que Funaro ‘vive de delinquênc­ia’

- Felipe Frazão / BRASÍLIA

O presidente Michel Temer rebateu ontem as acusações do corretor Lúcio Funaro, de que teria recebido R$ 2 milhões de propina do Grupo Bertin, em 2010, disfarçada de doação declarada à Justiça Eleitoral em sua primeira campanha a vicepresid­ente, quando estava na chapa da presidente cassada Dilma Rousseff.

Em nota, a Secretaria de Comunicaçã­o Social da Presidênci­a da República afirmou que o presidente “contesta de forma categórica qualquer envolvimen­to de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça”.

O texto também afirma que as doações recebidas pelo PMDB naquele ano foram oficiais e registrada­s na Justiça Eleitoral, e sem relação com financiame­ntos do FI-FGTS.

“Em 2010, o PMDB recebeu R$ 1,5 milhão em três parcelas de R$ 500 mil como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do Diretório Nacional do partido entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os valores não têm relação com financiame­nto do FI FGTS”, diz o comunicado.

A Secretaria-Geral da Presidênci­a criticou Funaro. “Uma pessoa que vive da delinquênc­ia, necessaria­mente, vive da mentira”, afirmou em nota.

O advogado de Eduardo Cunha, Délio Lins e Silva Júnior, afirmou que até o momento Funaro não entregou provas sobre os valores que teriam sido repassados ao deputado cassado. “A anotação dele é unilateral, é da cabeça dele. Ele não apresentou prova nenhuma de como Cunha recebeu valores em relação a nenhuma das operações.”

Já o Grupo Bertin, em nota, informou que, mesmo sem acesso ao conteúdo do depoimento de Funaro, “a empresa mantém-se à disposição da Justiça para prestar esclarecim­entos que eventualme­nte sejam necessário­s”. A reportagem não localizou o ex-jogador de futebol Vampeta.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO - 30/10/2017 São Paulo. Temer ao deixar o Hospital Sírio-Libanês anteontem

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