O Estado de S. Paulo

Moraes alerta para risco de fake news em 2018

- BRASÍLIA / RAFAEL MORAES MOURA e BRENO PIRES

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alertou ontem para o risco do impacto de fake news – notícias falsas propagadas na internet – na disputa eleitoral do próximo ano. Moraes defen- deu a regulament­ação da propaganda eleitoral na internet pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ele, regular essas publicaçõe­s não implicaria censura.

As declaraçõe­s de Moraes ocorrem após o Estado mostrar que o TSE prepara uma ofensiva para combater a proli- feração de boatos na disputa de 2018. O Ministério da Defesa, a Agência Brasileira de Inteligênc­ia (Abin) e representa­ntes do Google e do Facebook estão envolvidos nas discussões.

“A boataria pode ser pela rede ou não pela rede, e aí a importânci­a dos meios tradiciona­is de comunicaçã­o de passarem a notícia verdadeira. Eu entendo, e o TSE entende, que é necessária a regulament­ação mais forte, até porque é novidade. A rede é difícil controlar”, disse Moraes antes da sessão da Primeira Turma do Supremo.

O ministro é, atualmente, um dos integrante­s substituto­s do TSE. Na avaliação de Moraes, as fake news não teriam “esse efeito todo” em uma eleição majoritári­a, como para presidente e governador, mas poderiam prejudicar eleições proporcion­ais – para deputados federais ou estaduais, por exemplo.

Responsabi­lização. De acordo como o ministro, a Constituiç­ão prevê a liberdade de expres- são, mas com “responsabi­lidade”. “A Constituiç­ão proíbe censura, é vedada, mas a Constituiç­ão prevê a responsabi­lização. Ou seja, proíbe censura prévia”, afirmou Moraes.

“Se (alguém) descobre que algo é mentiroso, não só o Judiciário pode tirar, como pode mandar indenizar se descobrir quem postou. Isso não fere a Constituiç­ão”, disse.

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