Trump associa atentado ao Estado Islâmico
Presidente americano ordena mais rigor no controle de imigrantes; suspeito de ataque é do Usbequistão e chegou aos EUA em 2010
Ao comentar o ataque terrorista de ontem em Nova York, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que seu país deve fazer todo o necessário para que extremistas do Estado Islâmico (EI) não entrem em território americano. Ele tomou a iniciativa antes mesmo de o grupo assumir a autoria do atentado.
“Não podemos permitir ao EI retornar ou entrar em nosso país após o termos derrotado no Oriente Médio e em outros lugares. Basta!”, escreveu Trump em sua conta no Twitter. Horas antes, o republicano tinha condenado o ataque como um ato de loucura.
“Em NYC (Nova York), parece que houve outro ataque de uma pessoa muito doente e perturbada. As agências de segurança estão acompanhando isso de perto. Não nos Estados Unidos!”, disse.
No começo da madrugada, Trump prometeu que os EUA adotarão mais rigor nos programas de controle de acesso de imigrantes ao país. “Acabo de ordenar ao Departamento de Segurança Interna um reforço ao nosso programa já extremo de restrição (de acesso)”, tuitou o presidente. “Ser politicamente correto é bom, mas não para estes casos!”
O EI estimula que seus seguidores atuem como lobos solitários com os instrumentos que tiverem à sua disposição. “Esmague sua cabeça com uma rocha, mate com facadas ou avance sobre ele com seu carro”, disse o ex-porta-voz do EI, Abu Mohammad al-Adnani, em mensagem divulgada em 2014.
Em setembro do ano passado, uma bomba explodiu no bairro de Chelsea, deixando 31 feridos. Houve outras tentativas de explosão de artefatos na área metropolitana de Nova York.
Autoria. As autoridades americanas não confirmaram a identidade do autor do ataque, mas fontes de segurança disseram que o motorista da caminhonete é Sayfullo Saipov, de 29 anos, um imigrante do Usbequistão que chegou aos EUA em 2010 e recebeu um visto de residência permanente. Ele não tinha ficha criminal, apenas quatro infrações de trânsito, segundo a rede CBS.
Saipov teria residências nas cidades de Paterson, em New Jersey, e em Tampa, na Flórida. Uma fonte da polícia também informou que o veículo utilizado por ele no ataque foi alugado em New Jersey.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram um homem magro e com barba longa correndo no meio dos carros depois do ataque com duas armas sem munição real. Atingido por um oficial no abdômen, ele foi preso e levado a um hospital.
Dilnoza Abdusamatova, de 24 anos, afirmou que quando chegou aos EUA, Saipov ficou na casa dela, em Cincinnati, no Estado de Ohio, por cerca de duas semanas em razão da amizade entre sua família e os pais do usbeque. Depois disso, ele teria se mudado para Flórida para abrir uma empresa de transporte. A família de Dilnoza acredita que Saipov se casou cerca de um ano depois de chegar aos país e teve dois filhos.