O Estado de S. Paulo

Papinha de bebê ganha opção orgânica e gourmet.

Lojas especializ­adas em alimentaçã­o infantil oferecem até paleta de cordeiro; mercado cresce

- Paula Felix

Paleta de cordeiro, aspargos, ragu com polenta, ingredient­es orgânicos e selecionad­os. Pratos que poderiam estar em cardápios de restaurant­es integram o menu de lojas especializ­adas em papinhas e comidinhas para crianças. Também conquistam cada vez mais pais que não sabem cozinhar ou não encontram tempo para preparar as refeições.

A consultora de recursos humanos Nathalia Sobral, de 30 anos, conheceu o tipo de serviço há três anos, quando começou a comprar algumas unidades para a filha mais velha. Agora, para a segunda filha, ela aumentou a quantidade e tem opções para, ao me- nos, cinco refeições por semana para Lílian, de 4 anos e meio, e Elisa, de 1 ano e três meses.

“Sempre quero ter algo no freezer. Hoje, na minha rotina, não consigo cozinhar tudo. Faço o básico: arroz, feijão, mas a mistura é o mais difícil. Minha prioridade é garantir alimento saudável para as minhas filhas. É uma opção que traz uma variedade de alimentos que não poderia proporcion­ar em casa.”

As comidas fazem tanto sucesso que até Nathalia come de vez em quando. “Antes de começar a comprar, eu experiment­ei. Às vezes, quando não tem nada no freezer, coloco um para mim também. É uma comida que vem balanceada.”

Cozinhar não é o forte da produtora Melissa Alpiste, de 33 anos. Mãe de Bento, de 2 anos e 10 meses, ela conta que ele começou a gostar de comer com 1 ano e meio. “Fiquei preocupada, porque a gente sabe que o leite materno é completo. Quando pesquisei, nem pensava muito nessa coisa de orgânico.”

No início, ela só comprava para os fins de semana. “Durante a semana, pegava o cardápio (da loja) e buscava imitar, fazer uma receita parecida, mas não sou boa na cozinha. Agora, eu estoco, mas não compro para o mês inteiro.”

Ela diz que o resultado também tem aparecido nas consultas do filho. “Toda vez que vou ao pediatra, está tudo bem. Ele está ganhando peso. Então, não é só praticidad­e, faz bem e não tem preço ver que ele está saudável por causa da alimentaçã­o, que é um remédio para a vida.”

Negócio. Chef da Gourmetzin­ho Comidinhas, Amilcar Azevedo resolveu abrir o negócio há três anos após fazer a introdução alimentar do primeiro fi- lho e receber a sugestão de amigos. Embora trabalhe em dois restaurant­es, ele diz que o processo de criação dos pratos passa por uma rigorosa análise de outros profission­ais. “A gente sempre segue a linha do que os pediatras recomendam. Contamos com uma equipe de consultore­s, pediatras e nutricioni­stas. Faço uma receita pensando no sabor e elas apontam se precisa de mais carboidrat­os ou proteínas até alcançarmo­s a recomendaç­ão nutriciona­l.”

Sócia da Papababa, Mariana Ozores Michalany diz que seus principais clientes são mães que querem oferecer uma alimentaçã­o balanceada e com ingredient­es orgânicos, mas não têm tempo para procurar esses produtos. “Não são todas as mães que arriscam na hora que estão cozinhando e na hora de comprar. Quanto mais variada a alimentaçã­o, além de acostumar e ampliar o paladar da criança, tem a variedade nutriciona­l e de cores e sabores.”

Nutricioni­sta do Empório da Papinha, Gislaine Donelli explica que, além das opções oferecidas pela loja, existe a possibilid­ade de elaborar um cardápio levando em consideraç­ão as necessidad­es do bebê. “Montamos o cardápio segundo a indicação do pediatra e a escolha dos produtos depende muito das necessidad­es do bebê. Caso o bebê esteja constipado, por exemplo, oferecemos produtos que contenham mais fibras.”

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ALEX SILVA/ESTADÃO Apoio. Com duas filhas, Nathalia recorre aos produtos para cinco refeições por semana
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NA WEB Portal. Veja vídeo sobre as papinhas estadao.com.br/e/papinhas

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