O Estado de S. Paulo

Corinthian­s vai jogar tudo no Dérbi

Embora líder, Alvinegro está acuado e precisa estancar a queda, diante de um Palmeiras que faz bom segundo turno e viu voltar as chances de título

- Daniel Batista Paulo Favero

Corinthian­s e Palmeiras vão fazer um clássico com ares de decisão. As duas equipes vivem momentos bem distintos, mas ambas sabem que o resultado de domingo será fundamenta­l para manter viva a briga pelo título do Campeonato Brasileiro.

Após um primeiro turno quase impecável, o time de Fábio Carille caiu de rendimento e tem apenas a 17.ª campanha no segundo turno, com aproveitam­ento de rebaixado – 12 pontos. No lado oposto, o Palmeiras demitiu Cuca e com Alberto Valentim mudou da água para o vinho. Não à toa, tem a terceira melhor campanha da segunda metade do campeonato, com 22 pontos, e conseguiu diminuir a diferença, que já foi de 17 pontos, para apenas cinco.

O empate do Palmeiras com o Cruzeiro na última rodada não foi suficiente para frustrar as pretensões alviverdes, nem deixar os corintiano­s aliviados. Embora tentem disfarçar e tratar a partida como apenas mais um clássico no ano, os atletas do líder do Brasileiro sentem um clima diferente para o jogo.

“Se a gente já não tivesse feito tudo o que fizemos, não teríamos um parâmetro e estaríamos mais preocupado­s. Já fizemos muitas coisas boas e temos de nos basear nisso para conseguir um bom resultado”, afirmou o lateral-direito Fagner, que disse não ter visto a partida do rival anteontem, pois estava jogando videogame com o filho.

Para manter a confiança em alta e não deixar que a má fase dos principais jogadores atrapalhe, o discurso no Corinthian­s recorre até mesmo à desconfian­ça que existia em relação ao time no início da temporada. “Em janeiro, ninguém acreditava que a gente fosse chegar. Temos de trabalhar e esquecer as projeções”, emendou Fagner.

O difícil é passar tal tranquilid­ade e confiança para a torcida. Após a derrota para a Ponte Preta, os muros do Parque São Jorge foram pichados com xinga- mentos e ameaças ao elenco. Tudo isso ainda sendo líder.

O Palmeiras também já viveu essa gangorra de emoções. Durante parte do campeonato, falou em brigar pelo título, jogou a toalha, demitiu treinador e voltou a acreditar, graças à queda do rival e também à sua ascensão após a saída de Cuca.

Com Valentim, a equipe vem de uma sequência de três vitórias e um empate. Se tivesse vencido o Cruzeiro, anteontem, dependeria apenas de suas forças para conquistar o torneio pelo segundo ano consecutiv­o.

O momento faz com que os palmeirens­es voltem a acreditar. “O jogo de domingo, na casa do Corinthian­s, vai dizer tudo. Temos de nos concentrar, encarar esse confronto como uma final. Estamos tendo uma evolução grande. Enquanto tivermos chance de atingir algo melhor do que o G-4, vamos lutar. Podemos buscar o título, mas temos os pés no chão e humildade de jogar jogo a jogo”, disse o lateral-esquerdo Egídio.

Ele sabe que o ambiente no Palmeiras é bom nessa reta final de campeonato. “A gente sa- be a dificuldad­e que é o Brasileirã­o. Estamos na vice-liderança, diminuindo ponto a ponto. O que o campeonato proporcion­ar, vamos buscar. Temos sete rodadas, podemos buscar algo muito maior do que o G-4.”

O clima de decisão vai se refletir nas arquibanca­das, pelo menos do lado corintiano. Em Itaquera, apoio será total. Em mais um clássico de torcida única em São Paulo, 42 mil ingressos já foram vendidos. A diretoria estuda a possibilid­ade de o treino de sábado ser realizado na Arena, palco da partida.

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© DANIEL AUGUSTO JR. / AG. CORINTHIAN­S Trabalho. Fábio Carille tenta tirar Corinthian­s da má fase
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CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS-29/10/2017 Foco. Alberto Valentim sabe que o Palmeiras precisa vencer

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