O Estado de S. Paulo

Bolsa fica na lanterna e dólar é destaque do mês com alta de 3,32%

Para analistas, o temor com agenda econômica e incertezas com política monetária nos EUA explicam o resultado

- Renato Jakitas Jéssica Kruckenfel­lner

A Bolsa, estrela entre as aplicações de setembro, fechou outubro na lanterna dos investimen­tos. O mês foi do dólar, que saltou 3,32%, impulsiona­do justamente pelos fatores que seguraram o desempenho das ações: os temores com o andamento da agenda econômica e a incerteza quanto ao futuro da política monetária nos Estados Unidos.

O dólar encerrou cotado a R$ 3,27 para venda, maior alta mensal desde novembro de 2016, quando subiu 6,18% com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Com isso, a moeda acumula em um mês mais do que a previsão para o IPCA do ano, o índice oficial para inflação, estimado em 3,08%.

“A sensação é de que a corrida eleitoral está começando mais cedo do que o esperado e o governo está ficando mais fraco devido à falta de apoio popular. A chance das reformas está diminuindo”, afirmou, em nota, o diretor da Tesouraria do banco Santander, Sandro Sobral.

No exterior, a principal questão em jogo é a sucessão no Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve indicar o diretor do Fed Jerome Powell como próximo presidente, no lugar de Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro. Há contudo uma chance de Trump designar o economista da Universida­de de Stanford John Taylor, de perfil mais conservado­r.

Com relação ao mercado de ações, o ceticismo dos investidor­es em torno do avanço da reforma da Previdênci­a segurou o índice Ibovespa, que em setembro acumulou valorizaçã­o de 4,88% e, agora, fechou estável a 0,02%. “Apesar do bom resultado das companhias, a percepção de risco com a política começa a aumentar”, diz Pedro Silveira, da Nova Futura.

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