Aberta a temporada de prêmios literários
Jabuti revelou seus vencedores; na segunda, será a vez do São Paulo
O escritor e crítico literário Silviano Santiago venceu ontem o prêmio Jabuti de melhor romance por Machado (Companhia das Letras), obra que recria ficcionalmente os últimos dias de Machado de Assis. Esse pode ser apenas o primeiro prêmio para o livro. Na segunda-feira, 6, serão anunciados os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura e, no dia 7 de dezembro, os ganhadores do Oceanos – e Santiago é finalista dos dois.
No Jabuti, ele ficou na frente de A Tradutora, de Cristovão Tezza, e de Outros Cantos, de Maria Valéria Rezende. Mais tradicional e abrangente premiação do mercado editorial brasileiro, o Jabuti tem 29 categorias e apresentou novidades este ano, como a inclusão de histórias em quadrinhos como uma categoria e o reconhecimento do esforço de editoras estrangeiras em publicar obras brasileiras.
No primeiro caso, o vencedor foi Gidalti Oliveira Júnior que, com apoio de leitores e amigos que ajudaram no financiamento coletivo, autopublicou Castanha do Pará, HQ sobre a vida de um menino na periferia de Belém. No caso do livro brasileiro publicado no exterior, o prêmio foi para a Penguin Random House, que editou Um Copo de Cólera ( A Cup of Range), de Raduan Nassar, no Reino Unido. Esta é a única categoria que não prevê prêmio em dinheiro – o vencedor de todas as outras ganha R$ 3.500 –, mas o editor será convidado a vir ao Brasil para conhecer outros autores e obras e para fazer uma rodada de negócios com editoras nacionais.
Outra novidade este ano diz respeito à curadoria – agora, sob responsabilidade de Luiz Armando Bagolin. Ele destaca a renovação de cerca de 80% do corpo de jurados como uma das principais mudanças desta edição. O regulamento também passou por revisão e os critérios de avaliação de cada categoria foram reescritos em busca de clareza. Para o curador, essas pequenas mudanças trouxeram uma maior diversidade para a lista final dos vencedores.
Pequenas mudanças porque as grandes ainda estão por vir. Ele não revela os planos para o ano que vem, mas garante que há muitas novidades previstas para a 60.ª edição do prêmio.
A cerimônia de entrega será no dia 30 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, onde serão conhecidos os vencedores do Livro do Ano de Ficção e do Livro do Ano de Não Ficção – os dois autores vão ganhar mais R$ 35 mil cada um. Também na cerimônia, Ruth Rocha será homenageada pelo conjunto da obra.
Cronista do Caderno 2, Ignácio de Loyola Brandão também subirá ao palco no dia 30. Com
Se For Para Chorar Que Seja de Alegria (Global), reunindo crônicas publicadas no Estado, ele ficou em segundo lugar na categoria Contos e Crônicas. Veronica Stigger foi a vencedora com Sul (34).
O livro Nazistas Entre Nós: A Trajetória dos Oficiais de Hitler Depois da Guerra (Contexto), de Marcos Guterman, editorialista do Estado, ficou em segundo entre os livros de Reportagem e Documentário. O ganhador foi
Petrobrás: Uma História de Orgulho e Vergonha (Companhia das Letras), de Roberta Paduan.
A melhor biografia foi Caio Prado Júnior: Uma Biografia Política (Boitempo), de Luiz Bernardo Pericás. O melhor livro de Ciências Humanas, A Nervura do Real II (Companhia das Letras), de Marilena Chaui. Quase Todas as Noites (7Letras), de Simone Brantes, ganhou na categoria Poesia. Dentro de Mim Ninguém Entra (Berlendis & Vertechia), de José Castello, em Juvenil, e Drufs (Moderna), de Eva Furnari, em Infantil.
FORAM INSCRITAS 2.346 OBRAS NAS 29 CATEGORIAS DA PREMIAÇÃO