Rússia admite atrasos em estádios
Contudo, país nega que esteja preocupado com o ritmo das obras; situação mais crítica é a da arena na cidade de Samara
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Vitaly Mutko, admitiu ontem que há atrasos nas obras de alguns estádios que vão receber jogos da Copa do Mundo de 2018. Mas o político, que também lidera o Comitê Organizador Local do Mundial, garantiu que não há motivos para preocupação.
“Há alguns atrasos em certas obras, mas a situação geral está sob controle e não estamos muito preocupados com isso”, declarou Mutko, ontem, em entrevista à agência R-Sport. A Copa de 2018 contará com 12 estádios em 11 cidades
Segundo o dirigente, o caso mais grave é o do Samara Stadium, na cidade de Samara. As fundações do gramado ainda não foram finalizadas e a grama ainda não foi instalada. De acordo com Mutko, “questões complicadas de estrutura e engenharia” dificultaram o trabalho.
Ele indicou que obras nas futuras bases das seleções da Copa também sofrem com atraso. O chefe do Comitê Organizador Local afirmou que está cobrando rapidez das lideranças regionais para a finalização das estruturas. Segundo afirmou, dirigentes das seleções ficaram “preocupados” quando fizeram visitas aos locais nos últimos meses.
Problemas. No dia 3 de outubro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também reconheceu os atrasos em alguns estádios que serão usados no Mundial em seu país, embora tenha afirmado que acreditava que as condições gerais eram satisfatórias. A declaração foi dada durante encontro com autoridades esportivas russas para apresentação do balanço da organização da Copa das Confederações de 2017 e discutir a preparação para receber o torneio no ano que vem.
“Esses atrasos não são graves, não há nada terrível aqui, mas como eu sempre digo... a coisa mais difícil é resolver as tarefas no estágio final”, disse Putin em reunião com dirigentes esportivos, governadores e personalidades esportivas para discutir os preparativos russos para o Mundial. “Se nós relaxarmos, não iremos completar o trabalho”, acrescentou.
A situação dos estádios na Rússia preocupa membros da Fifa. Foi nessa visita que uma comitiva da entidade identificou o problema de Samara, que não vai inaugurar sua arena no tempo previsto. Os técnicos vi- sitaram ainda as cidades-sede de Ekaterimburgo, Saransk, Nighny Novgorod, Rostov on Don, Volgogrado, Kaliningrado e ainda a capital Moscou.
Na época, Putin ainda falou sobre a organização fora dos estádios durante a Copa do Mundo, como transporte público, comércio de souvenirs e navega- ção para o público: “É importante analisar a experiência positiva da realização da Copa e de certos problemas, chamados de estrangulamentos expostos”, disse o presidente.
O governo russo investiu bilhões de dólares em estádios, hotéis e projetos de infraestrutura para a realização da Copa do Mundo, à medida que o Kremlin espera usar o evento para melhorar sua imagem no exterior em meio à pior crise da Rússia com o Ocidente desde a Guerra Fria.
A Rússia também não se livrou das críticas pelas condições de trabalho dos operários encarregados de construir os estádios e a própria Fifa admitiu ter descoberto trabalhadores ilegais norte-coreanos nas obras de São Petersburgo.
Em junho, Alexei Sorokin, presidente do Comitê Organizador russo, admitiu que operários norte-coreanos foram contratados, mas que “suas condições de trabalho não eram muito diferentes das dos outros operários”.
Vitaly Mutko Vice-primeiro-ministro da Rússia ‘Há atrasos em certas obras, mas a situação geral está sob controle e não estamos muito preocupados. Questões de estrutura e engenharia dificultaram o trabalho’