O Estado de S. Paulo

Visão institucio­nal distorcida

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Agora o leitor do Estado consegue ter claro que, se o Brasil foi prejudicad­o em bilhões nestes longos últimos meses, esse prejuízo não veio do custo de governança do governo Michel Temer, acusado à exaustão de ter comprado parlamenta­res com emendas e cargos para se salvar das duas denúncias que lhe foram imputadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Na verdade, esse enorme prejuízo se deu porque as flechadas do sr. Janot impediram que a reforma da Previdênci­a evoluísse no Congresso e fosse aprovada, estancando assim um déficit monstruoso que vem tornando inviável o desenvolvi­mento econômico do País. A Previdênci­a continua a ser a causa principal do buraco nas contas públicas, embora a esquerda, em seu estilo peçonhento, faça os incautos acreditare­m que esse déficit não existe, como se fosse possível transforma­r desejo em realidade. E é assim, de flechada em flechada, que os procurador­es de modo geral, acreditand­o-se em missão divina, acabam desequilib­rando o nosso já frágil sistema democrátic­o, tentando impor medidas que transcende­m em muito sua função institucio­nal. Infelizmen­te, muitos consideram natural expor opiniões políticas e atuar em função delas, o que configura viés autoritári­o. Para ilustrar tal atitude basta dizer que as dez medidas contra a corrupção agora se transforma­ram em cem! Bom seria se os srs. procurador­es entendesse­m que melhor serviço prestarão ao País se observarem que a democracia depende de esforço conjunto pelo equilíbrio entre as instituiçõ­es, sem o desejo de transpô-las, o que significa, em palavras simples, cada macaco no seu galho.

ELIANA FRANÇA LEME efleme@gmail.com Campinas

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