Wagner fala em ‘construir ponte’ com Ciro
Ex-ministro de Lula, que já se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, esteve com o ex-governador petista em Salvador
O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), apontado como possível substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2018 caso o ex-presidente seja impedido pela Justiça de participar da disputa, afirmou ontem que o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) é um “bom candidato”.
Ciro, que já se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, esteve ontem com Wagner em Salvador. Na conversa, o petista defendeu a criação de uma “Marcha pela Civilização” com o objetivo de “combater o obscurantismo”.
“Fiquei contente com a visita e com o nosso encontro. Ciro é um grande quadro da política nacional e um bom candidato, que pensa o Brasil a partir de um projeto nacional. A ele pude dizer isso tudo e mais: que a nossa tarefa principal é construir pontes que possibilitem a maior unidade do campo progressista. Nessa tarefa todos são bem-vindos e igualmente importantes. Não podemos somente assistir ao crescimento do obscurantismo, é preciso reagir e juntar o País em um tipo de Marcha pela Civilização”, disse Wagner.
O encontro, segundo a assessoria de Ciro, ocorreu a pedido do petista na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, comandada por Wag- ner. O pré-candidato do PDT está na Bahia desde ontem para uma série de palestras e entrevistas. Quando soube que Ciro estava na cidade, Wagner o convidou para um almoço “de amigos”. Os dois foram ministros no governo Lula. Além disso, o partido de Ciro integra a gestão do governador Rui Costa (PT).
Embora possivelmente este- ja em campo oposto ao de Wagner na eleição do ano que vem, Ciro evita tratar o PT como adversário, de olho nos votos petistas em caso de um eventual impedimento de Lula.
Na semana passada, durante encontro sindical em São Paulo, o pré-candidato do PDT voltou a fazer críticas à candidatura de Lula que, segundo ele, vai consumir todas as atenções da disputa eleitoral, mas fez afagos ao PT dizendo que o “time dos sonhos” seria uma chapa com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice.
Segundo Ciro, o PT não é o inimigo, mas a vocação do partido para sempre ter candidaturas próprias dificulta alianças.
Já Wagner foi citado publica-
mente ao menos três vezes por Lula como possível candidato do PT ao Planalto caso a Justiça torne o ex-presidente inelegível. No entanto, depois que o PT adotou a estratégia de insistir na candidatura Lula até o fim, apostando em recursos nos tribunais superiores, o exgovernador decidiu disputar uma vaga no Senado.