De motorista do Uber a jihadista
Sayfullo Saipov, responsável pelo ataque em Nova York
A chegada de Sayfullo Saipov aos EUA, em 2010, começou sem cerimônia em Ohio. “Meu pai o apresentou dizendo ‘Ele é novo nos EUA e ficará conosco’”, disse Bekhzod Abdusamatov, de 22 anos. Saipov, responsável pelo ataque terrorista em Manhattan que matou oito pessoas na terça-feira, chegou da capital usbeque, Tashkent, sabendo pouco de inglês, segundo Abdusamatov.
Na noite de terça-feira, agentes de polícia foram a um apartamento que supostamente pertencia a Saipov. Descobriram que ele havia conseguido um green card após entrar ao país pelo Aeroporto Internacional John F. Kennedy. Ele passou seus primeiros dias nos EUA procurando emprego e tentando melhorar o inglês, contou o anfitrião, que lembrou um hábito do hóspede: dormir até tarde.
Em um certo momento, ele decidiu partir para Fort Myers, Flórida, onde conheceu o imigrante conterrâneo Kobiljon Matkarov. Na época, Saipov trabalhava como motorista de caminhão. “Ele gostava dos EUA. Parecia muito sortudo. Estava feliz o tempo todo e falava como se tudo estivesse OK. Não parecia um terrorista, mas eu não o conhecia por dentro”, disse Matkarov.
Saipov decidiu voltar para o norte e se instalar em Paterson, New Jersey. Nessa cidade, começou a trabalhar como motorista do Uber. Um funcionário afirmou que Saipov passou na checagem de antecedentes feita pela empresa.
Na empresa, ele trabalhou durante seis meses, realizando cerca de 1,4 mil viagens. “Revisamos agressivamente e rapidamente a história dessa parceria com o Uber e, até agora, não identificamos nenhum tipo de episódio relacionado à segurança”, disse a fonte do Uber. “Estamos colaborando com o FBI.”