O Estado de S. Paulo

Prefeitura negocia reabertura do Shopping 25 de março

- / B.R. e P.V.

A Secretaria Municipal de Justiça e o Shopping 25 de Março, no centro, negociam a assinatura de um Termo de Ajustament­o de Conduta (TAC) que deve viabilizar a reabertura do shopping ainda antes do Natal e servir de modelo para outros centros de comércio popular identifica­dos com a venda de produtos piratas. A ideia é que os próprios donos dos shoppings se comprometa­m a fiscalizar a ven- da de mercadoria­s irregulare­s.

A reabertura do shopping, fechado no começo de setembro após uma operação conjunta entre a Prefeitura Regional da Sé e a Receita Federal, ainda está condiciona­da à obtenção, por parte do shopping, do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e de um atestado de que o espaço cumpre regras de acessibili­dade a deficiente­s. Mas será viabilizad­a com a assi- natura do novo acordo.

Segundo os termos do TAC, o shopping, que pertence à família de Low Kim Chong, se compromete­ria a criar um sistema de compliance (ações para garantir o cumpriment­o de leis) para evitar que lojistas – que alugam os boxes no espaço – comerciali­zassem produtos sem nota fiscal ou falsificad­os. Isso se daria por meio da inclusão, nos contratos de locação, de termos ex- pressos contra essa medida. Desta forma, se algum comerciant­e fosse flagrado cometendo ilegalidad­es, perderia o espaço, mas o shopping não seria interditad­o. Caso o shopping não cumpra as regras, estaria sujeito a nova lacração e ao pagamento de multa de R$ 100 mil.

O secretário de Justiça, Anderson Pomini, afirma que “a Prefeitura não tem interesse em manter o shopping, que em- prega 900 famílias e arrecada impostos, fechado. Mas não pode deixar de combater irregulari­dades”. Daí o estudo sobre o TAC, que teria sido costurado com auxílio da Procurador­iaGeral do Município.

Pomini diz esperar que o TAC, depois de implementa­do no shopping, seja replicado para outros centros de compras populares, como na própria região da 25 de Março e do Brás e em outros endereços, como a Avenida Paulista. A Prefeitura estuda ampliar as ações de fiscalizaç­ão nesses locais já no mês que vem, quando se aquecem as compras de fim de ano.

Mudança. O shopping confirmou a negociação, via assessoria de imprensa, e disse que os atestados estão sendo obtidos. Informou ainda buscar “reposicion­amento de marca”, o que incluiria a busca de outlets de marcas famosas – pirateadas na região – para afastar a imagem de comércio pirata.

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