Pezão vai ao Supremo contra Torquato
Após acusações, o governador do Rio quer que ministro da Justiça diga ‘o que tem contra a cúpula e os policiais’
O governo do Rio ajuizou ontem interpelação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse à reportagem que o objetivo é que o ministro “informe ao Estado o que tem contra a cúpula e os policiais”.
Anteontem, Torquato acusou políticos e comandantes de batalhão da Polícia Militar de se associarem ao crime organizado e também afirmou que Pezão e o secretário de Segurança, Roberto Sá, não têm controle sobre a PM. Ainda declarou que o homicídio de um tenente-coronel, na semana passada, foi “acerto de contas”, contrariando a versão oficial de que teria sido assalto. O militar foi morto a tiros dentro de seu carro.
Segundo o documento, assinado pelo procurador-geral do Estado, Leonardo Espíndola, o “interpelado verbalizou acusações sobre o cometimento de crimes por parte de agentes públicos estaduais a partir de informações oficiais de inteligência” que merecem esclarecimento e comprovação.
“( A interpelação) é para que o Estado possa tomar providências contra esses desvios como já estamos realizando em diversos casos”, explicou Pezão ao Estado ontem. O documento sustenta ainda que, como ministro, “ao fazer as acusações que vociferou, a ele incube, sob pena de, em tese, cometer crime de prevaricação, comprovar ( incluindo perante as autoridades competentes) os fatos”.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), também criticou. Disse ter visto as declarações com “perplexidade” e cobrou a apresentação de provas. /
Explicação A interpelação é usada para pedir explicações sobre casos, referências, alusões ou frases, em que se infere calúnia, difamação ou injúria.