Balança registra novo recorde puxada pela demanda externa
Saldo entre exportações e importações bateu em US$ 58,5 bilhões no ano, o maior resultado da série para o período
Com a demanda externa aquecida e os preços internacionais favorecendo produtos brasileiros, as vendas ao exterior superaram as importações em US$ 5,2 bilhões em outubro, o melhor resultado para o mês da série histórica, que teve início em 1989. Em outubro, as exportações somaram US$ 18,9 bilhões, alta de 31,1% ante outubro de 2016 e o maior crescimento mensal do ano. Com isso, o valor que o País vendeu ao exte- rior de janeiro até o mês passado (US$ 183,4 bilhões) praticamente igualou o montante exportado em todo o ano de 2016 (US$ 185,2 bilhões).
O valor alcançado em 2017 já supera em US$ 30 bilhões as exportações do mesmo período do ano passado. “Isso foi motivado pela safra recorde de grãos e pelas vendas de minério de ferro e petróleo, entre outros produtos”, afirmou o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Herlon Brandão.
As importações subiram 14,5%, somando US$ 13,676 bilhões. Houve crescimento nas compras de bens de capital em outubro pelo terceiro mês seguido (18,7%), o que não acontecia desde 2013. “Isso está em consonância com o crescimento da produtividade industrial, é um sinalizador de melhora da economia”, disse Brandão.
No ano, a balança está no azul em US$ 58,5 bilhões, também o maior resultado da série para o período. Na semana passada, o governo aumentou a previsão oficial para o superávit do ano de US$ 60 bilhões para de US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões.
Para o economista-chefe da Lopes Filho & Associados, Julio Hegedus Netto, o resultado indica que a economia engatou um maior ritmo de dinamismo. “Vemos a retomada da economia, não um fato isolado ou algum negócio pontual que está distorcendo o resultado.”
Para 2018, economistas projetam saldo menor. De acordo com a economista do Credit Suisse, Iana Ferrão, isso reflete o maior crescimento da economia, que deve elevar as importações, a queda da safra agrícola e a redução no preço de alguns produtos, como minério.