O Estado de S. Paulo

Maior empresa de coworking do mundo amplia atuação no Brasil

Presente em 18 países, a americana WeWork abre a 3ª unidade em SP e planeja mais 4 espaços até meados de 2018

- Márcia De Chiara

Esqueça as referência­s de um escritório de trabalho tradiciona­l, com recepcioni­stas usando traje social, mobília impessoal, luz branca, cafezinho servido na bandeja e uma gravura neutra na parede. Quem chega ao espaço de trabalho colaborati­vo da WeWork, situado na avenida Paulista, encontra um ambiente parecido com a sala de casa.

São poltronas confortáve­is com almofadas, luz amarela para dar a sensação de acolhiment­o, um balcão com água saborizada, café, chope e uma mensagem estampada na parede com letras garrafais: “desobedeça”.

Os espaços de trabalho vão desde uma vaga nas mesas dispostas numa área comum até um escritório privativo acessível só ao funcionári­o da empresa locadora. Os frequentad­ores também são variados – incluem jovens empreended­ores descolados, multinacio­nais e profission­ais liberais, por exemplo.

Em menos de seis meses do desembarqu­e no País, que foi julho deste ano, a maior empresa de coworking do mundo, que começou nos EUA em 2010, está acelerando a aposta no Brasil. Ontem inaugurou a terceira unidade em São Paulo, na avenida Juscelino Kubitschek, na Vila Olímpia. Uma das novidades do empreendim­ento, que ocupa seis andares de um prédio que tem conexão como ShoppingJK­I gu atemi,éofat odes er a primeira u nida de“pet friendly” da empresa no País, onde os usuários vão poder levar os animais de estimação.

Dentro de um mês, a companhia vai abrir dois novos empreendim­entos de escritório­s compartilh­ados, um na avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, e outro no centro do Rio de Janeiro. Para 2018, estão programada­s mais duas inauguraçõ­es no Rio, em Ipanema e Botafogo.

“São Paulo é onde a WeWork cresce mais rápido em relação as demais cidades do mundo em que estamos”, diz Lucas Mendes, diretor geral da empresa no Brasil. A empresa está presente 18 países e 56 cidades.

Dados do Censo Coworking Brasil, que reúne as empresas do setor, mostram que, de 2016 para 2017, o número de espaços compartilh­ados de trabalho mais que dobrou no País.

Comunidade. O diretor explica que o propósito da companhia é estimular o trabalho em comunidade, apesar de o compartilh­amento do espaço físico e de serviços de limpeza, zelado- ria e internet proporcion­ar um corte de custos de 20% a 25%.

Por questões culturais, Mendes diz que o compartilh­amento é muito bem aceito pelos brasileiro­s. Ele explica que tudo na empresa gira em torno de uma grande comunidade. Há, por exemplo, um aplicativo que permite que os membros de todos os espaços compartilh­ados da empresa no mundo troquem mensagens, façam postagens, reservem salas outros países, ofereçam s produtos. Hoje há 160 mil membros da comunidade no mundo. O Brasil tem 2 mil participan­tes. Com as próximas inauguraçõ­es, subir para 5 mil membros.“70% dos membros interagem e mais de 50% conseguem fechar negócios na rede”, diz o executivo.

De olho nesse potencial, empresas importante­s se instalaram nesses espaços compartilh­ados. Dentro do plano de apoio a startups e inovação, a EDP Brasil, do setor de energia elétrica, abriu uma estação de trabalho no prédio da Paulista e pretende expandir para o edifício da JK, trazendo área digital e de dados, conta Lívia Brandão, gestora de Inovação. Para se aproximar do público jovem que trabalha nesses espaços e entender as demanda jurídicas, o escritório Bichara Advogados, desde agosto colocou um advogado fixo trabalhand­o no prédio da Paulista. Pedro Teixeira, sócio do escritório, diz que já consegui cinco clientes.

Também o site chinês Baidu, que teve escritório próprio, aderiu à nova onda. Felipe Zmoginski, gerente, diz que a decisão foi motivada para criar oportunida­des de negócios e controlar custos de forma eficiente.

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TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Flexibilid­ade. Na unidade JK, profission­ais poderão trabalhar com o animal de estimação

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