O Estado de S. Paulo

Ministro no palanque

Em entrevista a revista, ministro da Fazenda afirma ter consciênci­a de que pode ser candidato

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a se colocar na disputa ao Planalto: “Sim, sou presidenci­ável”, disse em entrevista.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, indicou pela segunda vez nesta semana que avalia ser candidato à sucessão presidenci­al no ano que vem. Em entrevista à revista Veja, o ministro, ao ser questionad­o se tinha consciênci­a de que é um presidenci­ável, respondeu positivame­nte. “Sim, sou presidenci­ável”, disse Meirelles, conforme publicado no site da revista ontem.

“As pessoas falam comigo, me procuram, mas ninguém me cobra uma definição. No mundo político, por exemplo, dizem o seguinte: o senhor tem o meu apoio, estou torcendo para isso. Tenho por caracterís­tica pessoal ser bem pé no chão. Dificilmen­te vou fazer alguma coisa baseado no entusiasmo”, afirmou o ministro à revista.

A assessoria de imprensa de Meirelles informou que ele se referia ao fato de ter consciênci­a de que seria um presidenci­ável. “O ministro disse que sim porque muitas pessoas o procuram e dizem que o apoiam ou que consideram que ele poderia concorrer”, diz a nota.

Meirelles também declarou considerar que o cenário é “favorável, sim” a um candidato com o perfil dele. “Favorável para o que eu chamo de um candidato reformista no sentido de alguém que toque as reformas e a modernizaç­ão da economia brasileira como está ocorrendo.”

‘Realismo’. Questionad­o na entrevista se seria candidato, Meirelles afirmou que essa é uma questão de “oportunida­de e destino” e que prefere vê-la com “realismo”. “Eu acredito que o País vai, de fato, estar bem na situação econômica, mas existem condições políticas e condições eleitorais que precisam ser analisadas.” Ele argumentou que ser candidato “tem grandes custos – e grandes benefícios – para todos”. “Vou ter que deixar o ministério e deixar o trabalho ainda por um período de decolagem da economia e entrar em um processo que é outra história.”

Meirelles já foi alçado ao posto de candidato outras vezes. Em setembro, o presidente nacional do PSD, ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es), disse a interlocut­ores que o ministro pediu que sua candidatur­a seja avaliada no ano que vem, caso se reforcem os sinais de re- cuperação da economia, sobretudo, a queda do desemprego. Em outra ocasião, em um almoço recente com a bancada do partido na Câmara, Meirelles ouviu declaraçõe­s de apoio a uma eventual candidatur­a.

Na segunda-feira passada, Meirelles deu sinais dúbios sobre seu futuro político. Durante evento em São Paulo, primeiro disse que considerav­a interessan­te a possibilid­ade de ser candidato a vice-presidente da República. Depois, afirmou que fizera uma “mera brincadeir­a” e negou ter interesse no cargo.

À revista, ele lembrou que foi convidado a ser vice pelo tucano Aécio Neves (MG), em 2014, e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, para a chapa de Dilma Rousseff. Em ambos os casos, rejeitou.

Ex-presidente do Conselho de Administra­ção do Grupo J&F, Meirelles disse ainda que ficou sabendo pelos jornais dos crimes confessado­s pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. “Foi uma surpresa. Eles não me contavam isso.”

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO-30/10/2017 Perfil. Meirelles disse considerar que cenário político é ‘favorável’ a um candidato como ele

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