O Estado de S. Paulo

Gilmar afirma que não se convenceu de ‘ameaça’ a Bretas

- / CAMILLA GINESI, ESPECIAL PARA O ESTADO

• O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse ontem que o diálogo entre o exgovernad­or do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o juiz federal Marcelo Bretas, responsáve­l pela Lava Jato no Rio, não teve “nada de mais”. “Eu vi o vídeo (do depoi

mento de Cabral), examinei todas as questões e não me convenci disso (de que teria havido uma ameaça a Bretas). É um diálogo talvez um pouco ríspido en- tre o ex-governador e o juiz, mas nada de mais”, afirmou Gilmar durante evento em Lisboa. Nesta semana, o ministro suspendeu a transferên­cia de Cabral para um presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Bretas havia determinad­o a remoção após audiência na qual o exgovernad­or disse que a família do magistrado vende bijuterias. Na ocasião, Bretas afirmou que a menção a seus familiares poderia ser subentendi­da como algum tipo de ameaça.

Sobre as supostas regalias do ex-governador do Rio na prisão, o ministro disse que isso não é assunto do Supremo. “O tratamen- to privilegia­do na prisão tem que ser resolvido lá mesmo. O juiz, o promotor fazem a supervisão do sistema penitenciá­rio. Portanto, são eles que têm que resolver.”

Gilmar está na capital portuguesa para o 4º Seminário Internacio­nal de Direito do Trabalho, realizado na Faculdade de Direito da Universida­de de Lisboa e organizado, entre outras instituiçõ­es, pelo Instituto Brasiliens­e de Direito Público, do qual é sócio.

O evento continua hoje, com palestras do ministro do Supremo e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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