O Estado de S. Paulo

Fredericks é interrogad­o sobre compra de votos para o Rio

Depoimento do ex-atleta da Namíbia ocorreu em Paris; ex-dirigente do COI, ele é suspeito de envolvimen­to no esquema

- PARIS

O ex-atleta Frankie Fredericks foi interrogad­o ontem em um tribunal de Paris sobre a suspeita de compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada de 2016. Ele está na mira da Justiça por ter recebido US$ 299,3 mil (R$ 976,6 mil) em 2 de outubro de 2009, mesmo dia em que o Comitê Olímpico Internacio­nal anunciou que os Jogos ocorreriam na cidade brasileira. O interrogat­ório do campeão mundial dos 200 metros em 1993 teve duração de uma hora. Ele disse que recebeu a quantia por “serviços prestados’’ ao COI entre 2007 e 2011. Disse que seu contrato com a entidade foi firmado em 11 e março de 2007 e que o pagamento “nada tem a ver com os Jogos Olímpicos’’.

No entanto, o que chamou a atenção dos investigad­ores franceses é que o pagamento foi feito pela empresa de Papa Massa- ta Diack, filho do ex-presidente da Associação Internacio­nal das Federações de Atletismo (Iaaf), Lamine Diack. Ambos são acusados de participaç­ão no esquema de compra de votos que teria como protagonis­tas o ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, e o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, que negam qualquer irregulari­dade.

Frankie Fredericks, nascido na Namíbia, era responsáve­l pelo processo de apuração dos votos para o COI e presidia a comissão de avaliação dos Jogos de 2024. Teve de se demitir após as denúncias que o colocam sob suspeita no caso do Rio.

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DAVID CANTINIAUX/AFP Explicação. Fredericks diz que recebeu por serviços feitos

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