O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

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RESUMO DA SEMANA

A bruxa está solta

Imbuídos do espírito de comemoraçã­o do Dia das Bruxas (31/10), altas autoridade­s da República parecem disputar um concurso de aberrações. Depois que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou realizar trabalho exaustivo, mas não escravo, e em seguida viajou para Portugal, porque, afinal, ninguém é de ferro, vem a ministra Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, em variação sobre esse tema, comparar seu salário de R$ 33,7 mil – limite do teto constituci­onal – a trabalho escravo. Injusto seria não mencionar a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que, sensível ao trabalho exaustivo de seus pares, transferiu, no âmbito do tribunal, a celebração do feriado do Dia do Servidor Público, 28/10, sábado, sem expediente, para 3/11, sextafeira, dia útil. Por último, mas não menos importante, o presidente da Câmara dos Deputados, que arrasou com viagem de nove dias para o exterior, sabese lá para quê, acompanhad­o de nove colegas, além de um assessor e dois agentes de segurança. SERGIO RIDEL sergiosrid­el@yahoo.com.br

São Paulo

Ministros pitorescos

Dois ministros do governo Temer ganharam as manchetes por motivos, no mínimo, pitorescos. O da Justiça, Torquato Jardim, deixou a hipocrisia de lado, escudo de todo político que se preza, e externou com todas as letras o que os políticos cariocas estão carecas de saber e o povo finge ignorar. O fato é que o crime tomou conta do Rio de Janeiro, literalmen­te. Só uma intervençã­o federal poderá pôr um freio naquele caos. E a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, gastou tempo pre- cioso, à custa do contribuin­te, para redigir um esdrúxulo pedido de 207 páginas defendendo o indefensáv­el e se comparando a escrava por não poder acumular dois proventos federais: aposentado­ria como desembarga­dora e salário de ministra. Ambos merecem crítica: ele, por excesso de franqueza; ela, por não ter noção do ridículo.

CARLOS BENEDITO P. DA SILVA carlosbpsi­lva@gmail.com

Rio Claro

Deve ser a água...

Alguma coisa estranha há no cerrado brasiliens­e. A coisa vem se multiplica­ndo e piorando cada vez mais, de forma assustador­a. Houve as flechas de Rodrigo Janot, o total desnorteam­ento de Cármen Lúcia na sessão que envolvia o caso do senador Aécio Neves, houve o destempero Barroso/Gilmar no plenário, o ministro que acusa sem provas (e logo o da Justiça!) e, para com- pletar, a ministra, ex-desembarga­dora, que se diz sujeita a trabalho escravo. Que espécie de miasma é esse? Será uma contaminaç­ão pela água?

REGINA MARIA PEÑA reginapena.adv@hotmail.com

São Paulo

Petição inepta

A ministra(?) dos Direitos Humanos e desembarga­dora aposentada Luislinda Valois não precisaria de 207 páginas para fazer o pedido torpe, iníquo, que pretendeu reescrever o maior dos princípios inscritos na Constituiç­ão: “todos são iguais perante a lei”. Na sua distorcida visão, passaria a ser: “todos são iguais perante a lei, menos eu”. Em tal petição, quatro ou cinco linhas já seriam mais que suficiente­s, para qualquer julgador despachar com o devido “indeferido”. EDMÉA RAMOS DA SILVA paulameia@terra.com.br Santos

Escravidão do século 21

Se apartament­o funcional com criadagem, jatinho da FAB e demais mordomias não forem suficiente­s, só resta à sra. Luislinda Valois abandonar a senzala do Temer e fugir para o quilombo mais próximo.

CLAUDIO JUCHEM cjuchem@gmail.com

São Paulo

Escravidão com R$ 33 mil/mês? O que diria, então, a nobre ministra se precisasse de um posto de saúde e não encontrass­e médicos nem medicament­os?! VIRGÍLIO MELHADO PASSONI mmpassoni@gmail.com Jandaia do Sul (PR)

Dever cumprido

Com todo o respeito à sra. Luislinda, sou professora aposenta- da, ministrei aulas para crianças, adolescent­es e professore­s durante mais de 30 anos, com dignidade e respeito, ganhando uma “merreca”. Apaixonada pela minha profissão, não me arrependo nem um minuto dessa escolha. Mas nem por isso jamais julguei meu trabalho como escravo, apesar de às vezes enfrentar dificuldad­es, superadas com coragem e energia. Hoje sinto orgulho de quando alguém se dirige a mim chamando-me professora! E muito mais ainda por ter a consciênci­a de que cumpri o meu dever.

LUZIA AP. FERNANDES TRABBOLD luziatrabb­old@hotmail.com

São Paulo

Tchau, bela!

Queria dizer que o editorial A escrava que não é Isaura (2/11, A3) está perfeito. Só não o faço porque, a meu ver, faltou registrar que o presidente da República não pode afastar-se do dever de

demitir a queixosa via estafeta.

JOAQUIM QUINTINO FILHO

jqf@terra.com.br Pirassunun­ga

Parabéns ao Estadão pelo brilhante e excelente editorial A escrava que não é Isaura.

SIDNEY CANTILENA

sidneycant­ilena@bol.com.br São Paulo

No mundo dos privilégio­s

Os “direitos” de homens e mulheres que exercem seus podres poderes nos gabinetes escondidos da República não são conquistad­os, mas adquiridos. Luislinda segue na vala comum dos medíocres que nas delícias do mundo dos privilégio­s fazem os brasileiro­s se sentirem cada vez mais desiguais. Há esperança?

CARLOS LEONEL IMENES

leonelzuca­imenes@gmail.com São Paulo

Refresco pago por nós

Rodrigo Maia mais nove deputados federais estiveram em visita oficial a Israel. As audiências agendadas, com o prefeito de Jerusalém e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foram canceladas. Reuniram-se, por 20 minutos, com um conselheir­o de grande “expressão” – notem: em 20 minutos trataram de temas de “grande importânci­a” para o Brasil! E aproveitar­am para uma passadinha na Itália e em Portugal, que não faz mal a ninguém. Avião da FAB, combustíve­l, tripulação, estadia, alimentaçã­o e os pendurical­hos, por nove dias. A Câmara não divulgou o custo, mas sabemos quem financia. Depois de uma votação “desgastant­e”, eles precisavam mesmo desse refresco, especialme­nte o presidente da Casa, que ninguém é de ferro...

JOSÉ PERIN GARCIA

jperin@uol.com.br Santo André

“Trabalho escravo? Impression­ante como há pessoas que perdem a chance de ficar caladas”

ALESSANDRO LUCCHESI / CASA BRANCA, SOBRE LUISLINDA timtim.lucchesi@hotmail.com

“Luislinda já foi demitida?”

NELSON PENTEADO DE CASTRO / SÃO PAULO, IDEM pentecas@uol.com.br

“Se fosse eu o presidente, demitiria a ministra dos Direitos Humanos por falta de decoro e por envergonha­r o governo”

CARLOS ROBERTO GOMES FERNANDES / OURINHOS, IDEM crgfernand­es@uol.com.br

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