O Estado de S. Paulo

FS BIOENERGIA QUER DOBRAR PRODUÇÃO

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Inaugurada em agosto deste ano, com investimen­to de R$ 450 milhões, a FS Bioenergia – joint venture entre a brasileira Fiagril e o americano Summit Agricultur­al Group – pretende dobrar a capacidade de produção de etanol de milho em 2018. A unidade localizada em Lucas do Rio Verde (MT) é a primeira do País a produzir o combustíve­l exclusivam­ente de milho e deve atingir capacidade de quase 500 milhões de litros por ano com o aporte de R$ 300 milhões no ano que vem.

Baseada no modelo fabril que fez os Estados Unidos superarem o Brasil no ranking global de países produtores de etanol, a FS Bioenergia processa 600 mil toneladas de milho por ano e deve atingir 1,2 milhão de tonelada em 2018. A industrial­ização do cereal produzirá quase 200 mil toneladas de farelo para a alimentaçã­o animal e 7 mil toneladas de óleo de milho para a produção de biodiesel em uma fábrica vizinha, segundo o presidente da FS Bioenergia, Henrique Ubrig, em entrevista ao Broadcast Agro na sede da companhia, no município mato-grossense.

Cautela. Considerad­o um dos projetos mais audaciosos do empresário Olacyr de Moraes, morto em 2015, a Usina Itamarati já foi a maior processado­ra de cana-de-açúcar do mundo, com uma moagem superior a 7 mi- lhões de toneladas por safra no passado. Inaugurada em 1983, a unidade adotou parcerias com produtores de cana para diminuir custos e riscos. Agora, processa 4,5 milhões de toneladas para açúcar e etanol, volume que a coloca ainda entre os gigantes do segmento.

Localizada em Nova Olímpia (MT), área com oferta abundante de milho e um mercado pecuário capaz de absorver o farelo do cereal, a Itamarati avalia implantar uma unidade anexa para o uso do grão na fabricação do biocombust­ível. Segundo o diretor-presidente da companhia, José Arimatéa de Ângelo Calsaverin­i, seria pequeno o inves- timento para tornar a Itamarati uma usina flex.

Entre os entraves para a produção de etanol de milho, segundo o executivo, está o preço do grão, que tem forte variação. “Embora tudo seja etanol, as matérias-primas são negócios com lógicas diferentes. Etanol de milho é mais arriscado, apesar de extremamen­te viável hoje.” Três novas usinas de etanol de milho devem ser construída­s em Mato Grosso nos próximos anos, segundo o presidente da União Nacional do Etanol de Milho, Ricardo Tomczyk.

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