O Estado de S. Paulo

O RESGATE DO PATRIMÔNIO IMATERIAL

- / R.J.

Alama que soterrou vilarejos, envenenou o Rio Doce e chegou até o Oceano Atlântico também destruiu parte da história de Minas Gerais. Três igrejas construída­s nos séculos 18 e 19 em Mariana e Barra Longa foram invadidas pelo tsunami de rejeitos. Muitas imagens sacras se perderam.

Para tentar recuperar parte desse patrimônio foi criada uma reserva técnica em Mariana, que já recebeu 2.134 peças ou fragmentos de peças dos acervos das igrejas, encontrado­s nos vilarejos e também ao longo do curso do Rio Doce.

As peças estão sendo limpas e recuperada­s e serão devolvidas no futuro às comunidade­s. Mas o mais difícil, conta a restaurado­ra responsáve­l pelo projeto, Mara Fantini, de 58 anos, é recuperar o patrimônio imaterial das localidade­s atingidas. “Tudo o que encontramo­s dentro das igrejas trazemos para cá. Não temos como julgar o que é importante para eles.”

Uma garrafa pet cheia de água foi um dos itens levados pelos especialis­tas para a reserva técnica. “Quando os moradores viram, se emocionara­m muito. Era a água benta que o padre tinha deixado com a comunidade dias antes da tragédia.”

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