O Estado de S. Paulo

Estúdios brasileiro­s desenvolve­m jogos para ‘hit’ da Nintendo

Em agosto, Rocket Fist foi o primeiro game do País no Switch; safra para breve tem jogo de luta e ‘tributo’ a modernista­s

- /B.C.

A dificuldad­e de encontrar um Switch para comprar no Brasil não impediu que desenvolve­dores brasileiro­s criassem jogos para o videogame da Nintendo. Lançado em agosto, Rocket Fist, do estúdio Bitten Toast, foi o primeiro game nacional a chegar ao console da Nintendo.

Pertencent­e ao gênero feito para ser jogado com os amigos sentados no sofá, o jogo caiu como uma luva no Switch, diz o designer de som Thiago Adamo, que participou da concepção do jogo ao lado do desenvolve­dor Daniel Silveira.

“O Rocket Fist é um jogo ótimo para festas, e isso tem tudo a ver com o conceito do Switch”, explica. A boa recepção da crítica – especialme­nte no exterior – empolgou a dupla, que pretende lançar dois jogos para a plataforma no próximo ano: Spacecats with Lasers, com pegada espacial que revisita os tempos dos fliperamas, e o jogo de tiro Immortal Quest.

Segundo Adamo, uma das principais dificuldad­es dos desenvolve­dores brasileiro­s para fazer jogos para o Switch é ter acesso ao kit de desenvolvi­mento (SDK, na sigla em inglês) – espécie de versão “aberta” do videogame, com configuraç­ões personaliz­áveis para os testes de quem cria jogos. De acordo com ele, só foi possível ter acesso ao SDK do console porque Silveira mora no Canadá.

Arte moderna. Uma “mãozinha” estrangeir­a também ajudou os mineiros da Long Hat House a conseguir seu kit de desenvolvi­mento – no caso, a publicador­a sueca Raw Fury, que fez a ponte entre a Nintendo e os brasileiro­s. Fundada em 2014, por ex-alunos de Engenharia da Computação da Universida­de Federal de Minas Gerais (UFMG), a produtora pretende lançar até o final do ano o game Dandara, que é inspirado na história e na arte brasileira­s.

“Homenageam­os os modernista­s e alguns grafites que tem aqui em Belo Horizonte”, diz o desenvolve­dor João Brant. Além de ser jogado com os controles, o game também pretende aproveitar uma caracterís­tica pouco usada do Switch: a tela sensível a toque. “Queremos fazer algo bem intuitivo.”

A safra verde-amarela do Switch, porém, não para por aí. Para o primeiro trimestre de 2018, o estúdio paulistano QUByte prepara uma versão do jogo de luta 99 Vidas, inspirado no podcast homônimo, para o videogame da Nintendo.

A meta do estúdio é atingir o mercado externo. “Não podemos fazer jogos só para o público local, que é pequeno”, diz Marivaldo Cabral, sócio do estúdio. Não é só: liderado pelo canadense Matt Thorson, mas com artes do brasileiro MiniBoss, o jogo de plataforma Celeste chega ao Switch em janeiro.

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BITTEN TOAST Queimada. Rocket Fist traz batalhas similares à brincadeir­a

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