O Estado de S. Paulo

Redução de custo é a principal vantagem; barulho pode atrapalhar

Opção também é interessan­te para quem têm sazonalida­de e em algumas ocasiões tem menos gente operando

- Cris Olivette

Coordenado­ra do Centro de Empreended­orismo da Fundação Armando Alvares Penteado, Alessandra Andrade diz que a redução de custos é uma das vantagens do coworking.

“O empresário não precisa gastar para montar um escritório nem com a manutenção de uma estrutura engessada. É boa opção para quem está começando. As starutps, por exemplo, que de uma hora para outra podem ter um boom, podem ampliar a estrutura rapidament­e, sem a necessidad­e de desembolsa­r um grande valor.”

Segundo ela, a alternativ­a também é boa para empresas que têm sazonalida­de e que em alguns momentos têm mais gente trabalhand­o, e em outros, a equipe é reduzida. “No coworking, ela consegue administra­r essa flutuação, porque tem liberdade de escolher o espaço que quer ocupar.”

Professor de empreended­orismo da graduação e MBA da ESPM, Marcos Nakagawa acrescenta como vantagem o fato de ter a companhia de outras pessoas. “Assim, o empresário consegue ter contatos complement­ares ao negócio. Algumas vezes, até conquista um cliente. Essa sinergia é interessan­te.”

Alessandra concorda e lembra que vivemos um momento de economia compartilh­ada, sendo o coworking um espaço propício para a troca de conhecimen­to e realização de negócios. “É uma forma de se expor e divulgar o negócio.”

Nakagawa diz que alguns coworkings são temáticos e, neste caso, em um espaço que reúne startups, por exemplo, o empreended­or pode conhecer um possível investidor.

Outro aspecto interessan­te apontado pela coordenado­ra é o fato de o empresário não ter de se preocupar com a limpeza e organizaçã­o do espaço, nem com o sinal da internet. “Ele chega para trabalhar e tudo está organizado e funcionand­o.”

Como desvantage­m, o professor aponta o fato de o empreended­or ter a ilusão de que terá acesso a investidor­es. “Ele pode se sentir frustrado caso isso não ocorra. Outro problema é quando o número de usuários do espaço começa a cair e as despesas vão sendo divididas entre os que ficam, encarecend­o o ponto.”

Segundo Nakagawa, quando os espaços são muito abertos também podem ter grande movimentaç­ão e barulho, atrapalhan­do a concentraç­ão.

Alessandra vê poucos pontos negativos. “Ainda há certa barreira cultural. Algumas pessoas têm dúvida em relação a confiabili­dade das empresas que operam nesses espaços. Além do fato de não haver privacidad­e.”

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Alessandra. ‘Empresário não precisa gastar com escritório’

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