O Estado de S. Paulo

COLUNA DO ESTADÃO

- Vera Rosa / BRASÍLIA

Paulo Pereira da Silva, da Força, negocia com Rodrigo Maia votação de projeto para recriar o imposto sindical.

Irritado com o artigo em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pede ao PSDB que desembarqu­e do governo, o presidente Michel Temer atribuiu ontem as ações do tucano apenas a interesses eleitorais, com o objetivo de derrotar o PMDB na disputa de 2018. Em conversas reservadas, o presidente não escondeu a mágoa com Fernando Henrique e avaliou que ele está pressionan­do correligio­nários para que o PSDB deixe o primeiro escalão em dezembro, quando o partido renovará a direção.

Temer se reuniu ontem, no Palácio do Jaburu, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antonio Imbassahy (Governo), além dos deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (PMDB-SP). A discussão girou em torno da “agenda positiva” que o governo quer aprovar na Câmara, nos próximos dias, como o pacote na segurança pública. Para tanto, porém, precisa do apoio dos tucanos.

Na avaliação do deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo na Câmara, o discurso do desembarqu­e é “vazio” e não faz sentido. “É preciso lembrar Fernando Henrique que, como ex-presidente, ele não tem de pensar na próxima eleição, mas, sim, na próxima geração”, provocou Mansur. “Se querem largar os ministério­s, que larguem. Mas têm de ajudar o governo a fazer as reformas.”

No artigo intitulado Hora de decidir, publicado no Estado, Fernando Henrique disse que o PSDB pode apresentar “algum nome competitiv­o” em 2018, “mas precisa passar a limpo o passado recente”. Para ele, “ou o PSDB desembarca do governo na convenção de dezembro e reafirma que continuará votando pelas reformas ou sua confusão com o peemedebis­mo dominante o tornará coadjuvant­e na briga sucessória”.

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