Líder opositor venezuelano obtém proteção do Chile
Freddy Guevara foi recebido em residência de embaixador depois de ter prisão decretada pelo Supremo Tribunal
Um dos mais conhecidos líderes da oposição da Venezuela, Freddy Guevara procurou refúgio na residência do embaixador chileno em Caracas após ter sua prisão decretada pelo Supremo Tribunal. Vice-presidente do Legislativo, ele foi recebido como convidado na residência do diplomata no fim do sábado, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Chile. A atitude está alinhada à tradição humanitária do Chile, disse o ministério.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal declarou que Guevara deve ser julgado porque “alegadamente cometeu permanentemente crimes de associação, incitação pública continuada e usou adolescentes para cometer crime”, sem no entanto especificar quais seriam esses crimes.
O Parlamento venezuelano, que tem maioria da oposição, denunciou ontem que a medida tomada pelo Supremo Tribunal contra Guevara é “absolutamente política”, “arbitrária” e “fora da lei” e procura “destruir a Câmara”. O presidente do Legislativo, Julio Borges, expressou seu apoio ao colega.
“Em virtude de uma ditadura que viola os direitos humanos e constantemente ataca as instituições democráticas, a comunidade internacional deve continuar firme e apoiar aqueles perseguidos por suas políticas e todo o povo venezuelano”, escreveu o Vontade Popular no Twitter na noite de sábado, agradecendo pela ajuda.
Para o denominado Grupo de Lima, formado por 12 países americanos, a posição do tribunal “constitui um novo ataque contra o estado de direito e a divisão de poderes na Venezuela”.
A residência do embaixador chileno em Caracas já acolheu cinco magistrados nomeados pelo Congresso dirigido pela oposição após terem sido ameaçados de prisão. Eles então atravessaram a fronteira para Colômbia no mês passado antes de voaram para Santiago e serem recebidos pelo governo esquerdista de Michelle Bachelet, que se juntou ao grupo de nações latino-americanas ao denunciar Maduro.