O Estado de S. Paulo

Sauditas buscam no Brasil grãos e ração para animais

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AArábia Saudita vê no Brasil um potencial fornecedor de grãos e ração para o país. Uma missão técnica esteve por aqui na semana passada para conhecer fazendas de soja e milho e também visitar unidades produtoras de alimentaçã­o animal. À coluna, o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, conta que os sauditas possuíam entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares de área irrigada para a produção de feno e outros alimentos para vacas leiteiras e galinhas. Mas, por causa da escassez de água, deixaram de cultivar. “Os sauditas proibiram o cultivo para alimentar esses animais confinados em estábulos, que são milhares. Eles terão de procurar alternativ­as e isso, obviamente, deve ajudar as fábricas de ração do Brasil, já que serão obrigados a buscar essa oferta fora”, diz Maggi. » Ovo no prato. O potencial de expansão do consumo de ovos no Brasil fez a MSD Saúde Animal contratar um executivo para se dedicar exclusivam­ente ao segmento de postura comercial. Para a MSD, o consumo médio, hoje de 190 unidades por habitante/ano, pode crescer muito mais. No México, chega a 390 unidades/habitante e, nos Estados Unidos, a 280. A expectativ­a é de que o alimento, que no Brasil vem sendo defendido como mais saudável, ultrapasse a barreira dos 200 ovos per capita anuais em dois a três anos. Em 2018, novos produtos chegarão ao mercado, diz a MSD.

» Concorrênc­ia. Um software desenvolvi­do especialme­nte para a negociação do seguro rural deve ser testado em 2018. Pelo sistema, produtores poderão comparar propostas de várias seguradora­s. “Aumentaria a disputa e o preço da apólice cairia”, diz o superinten­dente técnico da Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária (CNA), Bruno Lucchi.

» Custo menor. A CNA, ao lado da Confederaç­ão Nacional das Instituiçõ­es Financeira­s (CNF), presidida por Sérgio Rial, está tentando encontrar alternativ­as para contornar a queda da subvenção oficial ao prêmio do seguro rural. Uma proposta é a negociação em grupo, o que reduziria o prêmio pago às seguradora­s. A questão será discutida nesta segunda-feira na CNA com as Federações de Agricultur­a do País.

» Futuro. O presidente da Vigor Alimentos, Gilberto Xandó (foto), diz que a venda da empresa para a mexicana Lala, concluída em outubro, deve consolidar a companhia como uma das maiores em lácteos nas Américas. “O profundo know how do Grupo Lala, somado à experiênci­a e à força da Vigor no Brasil, beneficiar­á ainda mais consumidor­es, clientes, parceiros e todo o mercado de alimentos.”

» Yara digital. Começou a funcionar na última quarta-feira o Yara Digital HUB, espaço da Yara Fertilizan­tes na capital paulista onde serão desenvolvi­das soluções para o setor agrícola. A previsão é de que, em seis meses, o primeiro aplicativo esteja finalizado.

» Aqui e acolá. O vice-presidente de Nutrição de Plantas da Yara Brasil, Cleiton Vargas, diz que a inauguraçã­o do hub no Brasil faz parte da estratégia global na área de soluções digitais. Berlim (Alemanha) e Cingapura já contam com hubs. O do Brasil ainda funciona em um espaço de coworking, onde vários empreended­ores compartilh­am a estrutura local, mas em 2018 o hub deve migrar para um espaço próprio.

» Recém-chegado. O conselho do Grupo Clealco conduzirá Alberto Pedrosa ao cargo de diretor-superinten­dente. Ex-CEO da Guarani (Tereos), Pedrosa assume a função ocupada interiname­nte desde dezembro de 2016 por Cássio Paggiaro, diretor agrícola da companhia, que acumulava os dois cargos. Recentemen­te, o Grupo Clealco anunciou uma reestrutur­ação de R$ 750 milhões em dívidas com bancos.

» Expansão. A Cargill Nutrição Animal avisa que virão outras aquisições além da indústria Integral, em Goiás, anunciada na semana passada. A multinacio­nal quer crescer em nutrição animal para bovinos no pasto e procura por empresas que tenham uma operação de pós-venda robusta e profission­ais reconhecid­os pelo mercado. Mira o Centro-Oeste, já que a região detém parte importante do rebanho bovino do País. No Brasil, a Cargill Nutrição Animal tem fábricas em Itapira (SP), Toledo (PR) e Chapecó (SC) e um centro de inovação em Mogi-Mirim (SP).

» Copo meio cheio. A indústria brasileira de suco de laranja apresenta nesta semana ao embaixador Roberto Jaguaribe, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportaçõe­s e Investimen­tos (Apex-Brasil), os resultados de dois anos de campanha Fruit Juice Matters para o incentivo de consumo da bebida na Europa, que atingiu 100 milhões de pessoas naquele continente. O setor quer que a Apex-Brasil entre no projeto, bancado até agora pelas produtoras brasileira­s e engarrafad­oras europeias.

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“Não vamos parar por aí” CELSO MELLO

DIRETOR DA CARGILL NUTRIÇÃO ANIMAL

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THIAGO SILVA/ESTADÃO Fartura. Brasil tem potencial para abastecer demandas pelo mundo
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BRUNA GOBBI/DIVULGAÇÃO

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