O Estado de S. Paulo

Desvios da rota certa antes da consolidaç­ão

- / F.T.

Empreended­ores de histórias bastante distintas estiveram reunidos em um dos módulos da Semana Pró-PME: Juliana Motter, criadora da Maria Brigadeiro, e Diego Reedberg, cofundador do Catarse. Em comum, além de bem sucedidas trajetória­s nos negócios, ambos tiveram tropeços e passaram por adaptações em suas gestões.

Pioneira, a loja especializ­ada no doce brasileiro fortaleceu sua marca com a criação da própria fábrica de chocolate. Mas a consolidaç­ão não veio sem desvios de rota. Após o “boom do brigadeiro gourmet” e a chegada de concorrent­es a esse mercado de nicho, Juliana se viu obrigada a reinventar o negocio. “Meu movimento caiu e isso me fez repensar a questão da vocação”, relembra a empresária, que tinha Maria Brigadeiro como apelido na infância.

Para ela, o momento da virada foi a perda da exclusivid­ade no uso de confeitos importados da Bélgica, quando o fabricante detectou uma demanda reprimida de mercado. “Aquilo foi um baque. Eu já me sentia fazendo mais do mesmo e comecei a pensar em como poderia tornar meu produto único de novo. Minha equipe sugeriu pesquisa de concorrênc­ia, mas resolvi subverter e olhamos para dentro.” A Maria Brigadeiro passou, então, a investir na fabricação e na qualidade de seu próprio chocolate, além de confeitos selecionad­os.

Financiame­nto. Reedberg e o Catarse também tiveram de aprender a se sustentar na abertura de um novo mercado. “Procuramos por ideias que estavam sendo colocadas em prática pelo mundo e que ainda não haviam chegado ao Brasil. Foi aí que conhecemos o Kickstarte­r, plataforma dos Estados Unidos, e começamos a pensar em modelos de financiame­nto coletivo para o cenário brasileiro”, conta o empreended­or, que viu o Catarse entrar com suas primeiras campanhas em 2011.

Em 2015, com mais concorrent­es no mercado, a plataforma não cresceu como esperado. “Nunca tivemos outra empresa, aprendemos durante o processo. Cometemos erros na gestão, contratamo­s muita gente. Mas corrigimos e soubemos aprimorar nosso modelo de negócio”, afirma Reedberg. O período foi fundamenta­l para a posição atual do Catarse. “Optamos por não receber investimen­tos e montar a empresa do nosso jeito. Não temos muita grana para marketing, mas temos liberdade para gerir da maneira que acreditamo­s.”

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RAFAEL ARBEX/ESTADÃO Inspiração. Diego buscou entender como funcionava modelo americano

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