O Estado de S. Paulo

Parlamenta­res agem para manter reajuste de servidores

Propostas de alteração na MP do governo que adia aumento do funcionali­smo beneficiam ao menos 17 categorias

- Lorenna Rodrigues Fernando Nakagawa / BRASÍLIA COLABOROU IGOR GADELHA /

Uma semana após o governo enviar ao Congresso medida provisória que adia para 2019 o reajuste do funcionali­smo, parlamenta­res apresentar­am pelo menos 236 emendas para mudar a proposta original. As alterações, encaminhad­as à comissão especial mista (Câmara e Senado) que vai analisar a medida, deixam 17 categorias fora do congelamen­to de salários. O prazo para apresentaç­ão de emendas à MP 805 se encerrou no fim da noite de ontem. Deputados e senadores propuseram manter o aumento salarial para categorias como policiais federais, professore­s, diplomatas, auditores da Receita Federal e médicos peritos. Há emenda que cancela o adiamento do aumento para todos os servidores. A MP 805 também estipulou a elevação, de 11% para 14%, da contribuiç­ão previdenci­ária dos servidores que ganham mais de R$ 5,5 mil. Várias emendas protocolad­as cancelam essa medida. Ainda não foi definido quem será o relator na comissão. É ele quem vai decidir o que será acolhido no relatório final.

Uma semana depois de o governo enviar ao Congresso uma medida provisória que adia para 2019 o reajuste do funcionali­smo, parlamenta­res apresentar­am mais de 236 emendas para mudar a proposta original. As alterações, encaminhad­as à comissão especial que vai analisar a medida, deixam pelo menos 17 categorias de fora do congelamen­to de salários.

As medidas enviadas na semana passada são essenciais para que o governo consiga fechar as contas de 2018. Só com o adiamento do reajuste salarial para 2019 a economia é de R$ 5,1 bilhões. Já o aumento da contribuiç­ão previdenci­ária reforça a receita em R$ 1,9 bilhão.

O prazo para apresentaç­ão de emendas à Medida Provisória 805 se encerrou à meia-noite. Deputados e senadores propuseram à comissão mista manter o aumento salarial para categorias como policiais federais, professore­s, diplomatas, auditores da Receita Federal e médicos peritos. Os parlamenta­res enviaram sugestões que desfiguram completame­nte o planejamen­to da equipe econômica.

Há emenda para cancelar o adiamento do aumento para todos os servidores e outras que contemplam carreiras específica­s. “Os partidos de oposição apresentar­am emendas para tentar salvar uma ou outra categoria, se não for possível manter todos. Os servidores certamente vão se mobilizar”, afirmou o líder da minoria no Senado, Humberto Costa (PT-SP).

Foram apresentad­as também emendas para encurtar o adiamento do reajuste. O aumento previsto para 2019 viria, pela proposta dos parlamenta­res, em meados de 2018.

A MP 805 também estipulou o aumento, de 11% para 14%, da contribuiç­ão previdenci­ária dos servidores que ganham mais de R$ 5,5 mil. Várias emendas protocolad­as retiram a medida e mantêm inalterada a contribuiç­ão do funcionali­smo.

Ainda não foi definido quem será o relator na comissão – éa ele que caberá negociar e decidir quais emendas serão acolhidas no relatório final, votado na comissão antes de a MP ser encaminhad­a ao plenário da Câmara e, em seguida, ao Senado.

“Como há parlamenta­res ligados a grupos específico­s do serviço público, é bem provável que eles tentem proteger os segmentos que representa­m”, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques.

Sob forte pressão de sindicatos e servidores, a tramitação do pacote de ajuste corre o risco de seguir o caminho de outras medidas desfigurad­as durante a análise do Congresso. No caso da reforma da Previdênci­a, o texto original foi profundame­nte modificado, inclusive para excluir categorias como policiais e professore­s das regras mais duras para a aposentado­ria.

Além do corpo a corpo com os parlamenta­res, os servidores públicos deram início a paralisaçõ­es e prometem recorrer à Justiça contra as medidas. O Ministério do Planejamen­to disse que não se pronuncia sobre temas em tramitação no Congresso.

Na semana passada, o ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, disse que a Advocacia Geral da União está preparada para defender a decisão do governo de congelar o reajuste.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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