‘Não tenho obsessão de ser presidente’, afirma Meirelles
Ministro diz que foco é o crescimento do País, mas que, ‘no futuro’, verá ‘a melhor forma de servir’ ao Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a afirmar ontem que tem a “total consciência” de que é presidenciável para 2018. Em entrevista à rádio Band News, ele disse, no entanto, não ter o “desejo específico” de comandar o Palácio do Planalto. “Não tenho, como alguns políticos, obsessão de ser presidente da República”, afirmou o titular da Fazenda.
Meirelles ressaltou que, por enquanto, está focado no crescimento do País e na geração de empregos no Brasil. “Não posso descartar nada, até porque preciso gastar tempo pensando nisso”, disse o ministro à rádio. “No momento, estou concentrado em colocar o País de volta ao crescimento. No futuro, vamos ver qual é a melhor maneira de servir ao País.”
Questionado sobre a declaração à revista Veja no fim de semana de que é presidenciável, Meirelles afirmou que a pergunta foi “sutil”. “Disse que sim, que tenho consciência, porque as pessoas me dizem isso todo dia, sejam políticos, sejam pessoas que encontro na rua. Tenho total consciência de que existe uma expectativa na sociedade.”
O ministro afirmou ainda que tem dedicado parte da sua vida ao serviço público e lembrou que foi convidado duas vezes a ser candidato a presidente da República e não aceitou. “Não tenho nenhum problema em relação a isso”, disse Meirelles. “Não tenho minha atenção desviada para o próximo ano. Se no ano que vem a missão já tiver sido cumprida, a etapa seguinte é pensar nessa oportunidade.”
Ainda ontem, em entrevista à TV Bandeirantes, o ministro da Fazenda manteve o discurso de que está focado em seu trabalho no ministério. “O futuro, 2018, fica para 2018. Não fico pensando em 2018”, disse. “Não posso descartar a candidatura à Presidência da República, porque teria que pensar nisso e estou totalmente focado na economia.”
Cavalo. Durante a entrevista à rádio, o apresentador brincou: “Se o cavalo passar encilhado, o senhor monta”. Meirelles apenas riu.
O ministro também declarou que, apesar da redução da taxa de desemprego nos últimos meses, “não é possível o País viver com o número atual de desempregados” – no trimestre encerrado em setembro, havia 13 milhões de desocupados no Brasil, com taxa de desemprego de 12,4%, segundo o levantamento mais recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Se no próximo ano o País estiver crescendo, terei gratificação de dever cumprido”, disse.
Meirelles ainda afirmou que recebeu manifestação de apoio e engajamento de mais de 40 parlamentares.
Reformas. Durante a entrevista na TV, o ministro voltou a reforçar a importância da reforma da Previdência para o crescimento sustentável do Brasil. “Os gastos com a Previdência já estão em 50% do Orçamento e, em alguns anos, pode chegar a 80%.” Ele reafirmou que o processo de mudança proposto pela reforma é “bastante suave”, com transição em 20 anos.
Sobre a reforma trabalhista, Meirelles disse que é importante para aumentar a produtividade e estimular a criação de empregos. “A expectativa é de que, com a reforma trabalhista, sejam criados seis milhões de empregos no País.”