O Estado de S. Paulo

Jovem invade escola em Goiás e atira 11 vezes em estudante

Para polícia, rejeição levou a feminicídi­o; assassino era ex-aluno do colégio e não tinha passagem pela polícia

- Marilia Noleto ALEXÂNIA (GO) ESPECIAL PARA O ESTADO

Pouco depois das 8 horas de ontem, Misael Pereira, de 19 anos, pulou o muro do Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, a 88 km de Brasília, e foi até a sala do 9.º ano do ensino fundamenta­l, onde atirou 11 vezes contra Raphaella Noviski, de 16. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito tinha uma paixão não correspond­ida pela vítima.

Misael foi mascarado ao local, armado com um revólver calibre ponto 32 e uma faca, e já tendo como alvo Raphaella, segundo a Polícia Militar de Alexânia. Ele chegou a entrar em uma sala anterior, onde não a encontrou. Assim que a viu, começou a atirar no rosto da garota, que em vão tentou proteger-se com as mãos. Ela morreu no local.

O suspeito foi detido pela polícia nas proximidad­es da escola, momentos após a ação, na companhia do comerciant­e Davi José de Souza, de 49 anos, cuja participaç­ão no crime é investigad­a. Souza alegou que nada sabia das intenções do atirador e, ao vê-lo mascarado, pensou que se tratasse de um assalto.

Pereira é um ex-aluno da unidade de ensino e não tinha passagens pela polícia. Inicialmen­te ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificad­o, mas a acusação foi posteriorm­ente alterada para feminicídi­o.

Segundo a delegada Rafaela Azzi, há pelo menos um ano o rapaz planejava matar a garota. O ressentime­nto é fruto de sucessivas rejeições. “Em seu depoimento à polícia, ficou evidente o ódio e ressentime­nto. Ele relatou as tentativas de se aproximar da garota, seja pessoalmen­te, seja por redes sociais. Todas fracassara­m. A adolescent­e chegou a se queixar do assédio de Misael para algumas pessoas. Por isso, resolveu comprar uma arma para se vingar.” Ainda segundo a delegada, ele planejava posteriorm­ente matar-se, usando veneno de rato.

É o segundo crime envolvendo adolescent­es em escolas de Goiás em 15 dias. No dia 20 de outubro, dois morreram e quatro ficaram feridos a tiros no Colégio Goyases, em Goiânia.

Janaúba. A auxiliar de professora Geni Lopes Martins, de 63 anos, morreu ontem. Ela é a 12.ª vítima do incêndio provocado pelo segurança de uma creche em Janaúba, no norte de Minas, há um mês. Ela estava internada em Belo Horizonte.

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