Broadcom faz oferta recorde por rival nos chips
A fabricante de processadores Broadcom anunciou ontem que fez uma oferta de US$ 103 bilhões para comprar a sua rival Qualcomm, hoje a maior fabricante de chips para smartphones do mundo. A empresa combinada pode se tornar a terceira maior fabricante de processadores do mundo, atrás apenas da Intel e da Samsung, na maior aquisição da história na indústria de tecnologia.
A Broadcom fez uma oferta 27,6% superior ao preço de fechamento das ações da Qualcomm na última quinta-feira, de US$ 54,84. Em nota, o presidente da Broadcom, Hock Tan, afirmou que vê benefícios na combinação para ambas as empresas. “Não faríamos essa oferta se não estivéssemos confiantes de que nossos clientes vão abraçar essa combinação entre as duas empresas”, disse.
Consolidação. Essa não é a primeira aquisição de peso no mercado de semicondutores nos últimos anos. Em julho do ano passado, o grupo japonês SoftBank comprou a projetista britânica de chips ARM, que desenvolveu a arquitetura usada na maioria dos chips para smartphones, por US$ 32,2 bilhões.
A Intel adquiriu outra fabricante de chips, a Altera, por US$ 16,7 bilhões e a própria Qualcomm vem tentando adquirir a NXP, que fabrica processadores para automóveis, por US$ 39 bilhões. As movimentações têm a ver com mudanças no mercado de computação, que antes era focado em PCs, agora é móvel e, no futuro, estará cada vez mais amplo com o avanço da “internet das coisas”, tendência que vai conectar todos os objetos à nossa volta.
A Broadcom, que hoje desenvolve projetos para processadores para conexão WiFi e Bluetooth, entre outros produtos, não tem experiência no setor de processadores para redes 4G e 5G. “A Broadcom precisa de capacidade de 4G e 5G que ela não tem hoje”, disse o analista Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy, ao jornal Financial Times. “A operação será complexa.”