O Estado de S. Paulo

‘Mistério sempre há de pintar...’

- ROBERTA MARTINELLI E-MAIL: ROBERTA.MARTINELLI@ESTADAO.COM

Todo mundo o tempo todo sabe tudo o que estamos fazendo. Nós sabemos o tempo todo o que todos estão fazendo. Somos nossos próprios paparazzi. Tudo que está por vir é anunciado a todo instante. Nada nos surpreende. Tudo é tão, mas tão anunciado que quando alguém lança disco sem avisar é um case de negócio (case = palavra inglês, se quiser pode ser case de casamento). Refiro-me aqui ao single Game lançado pela cantora e compositor­a Tulipa Ruiz na semana passada, antecedend­o seu novo e não anunciado disco TU. Foi assim, de supetão. Pelo menos para nós! Na sexta-feira TU estará conosco. Vem! TU

Tu é a forma carinhosa que eu uso para chamar a cantora e compositor­a Tulipa Ruiz. Sempre usei meio envergonha­da, por não saber se é um apelido que a agrada. Agora vou usar com mais confiança.

Tu é segunda pessoa, o outro, o que não sou eu, algo esquecido e deixado de lado cada vez mais nesse nosso mundo chamado 2017.

Tu pra ela, é two, são os dois irmãos, parceiros de vida e obra, Gustavo Ruiz, sempre eles criando juntos, ele é produtor do Efêmera (disco de estreia da cantora), do segundo disco Tudo Tanto, do terceiro Dancê e do TU, agora não mais solo. Mas, o disco começou numa turnê dos dois voz e violão. Tu é produzido também por Stephane San Juan, músico francês que vive entre Brasil e EUA, Francês de nascimento pois o som dele é do mundo. Tu é, portanto dois produtores.

Tu para ela é to, é para, é dar. Tudo acelerado, tudo sendo television­ado o tempo todo em nossas redes e ela apenas anuncia o lançamento de surpresa, sem processo para nós, em duas semanas, cá está o disco. Está chegando. É sexta feira. Um amigo jornalista me mandou uma mensagem “tu sabia desse disco da Tulipa?” Não. Também fui surpreendi­da como tu.

NUDE

O ponto de partida era um disco só de releituras e os dois irmãos partiram para Nova York com essa ideia na cabeça, mas no processo surgiram novas músicas e o disco TU deixou de ser só o que já era e continuari­a sendo e passou a ser o que será também. Um disco com metade de inéditas e metade releituras, vou contar uma. Não sei se a Tu vai ficar brava comigo, mas não contarei as outras, você descobre na sexta.

O disco é cru, é "nude" como ela nos conta e nude tem assustado muita gente. Brincadeir­as à parte, o disco pinta assim cru, livre como Pedrinho (isso, aquele nosso velho conhecido que chegava descalço e fazia da vida o que sempre sonhou), lembra dele? Essa é uma canção do primeiro trabalho que volta e tem mais 3 conhecidas nossas, que voltam diferente. Como voltar igual depois de anos tão intensos? Impossível.

TU se aproxima.

TU vem nu.

TU é dois, três, mais.

TU é TUlipa

“Tudo não passa de um ponto de vista.”

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ONERPM STUDIOS Stephane, Tulipa e Gustavo
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