O Estado de S. Paulo

Cresce o volume de operações de fusão e aquisição

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O volume de operações de fusão e aquisição de empresas, aí incluídas compra e venda parcial de ativos, do controle acionário e de formação de joint ventures, é indicativo de um bom movimento de negócios e de investimen­tos para ampliação da produção ou aumento da produtivid­ade. Sob esse aspecto, tem havido melhora, que tende a se acentuar nos próximos meses, num ambiente mais estável graças à moderação da crise política. Dados da auditoria PwC Brasil revelam que, no acumulado de janeiro a setembro, foram anunciadas 464 operações desse tipo, 24 a mais que no mesmo período de 2016, um aumento de 5%. A projeção é de que, no fim de dezembro, haja um cresciment­o de 10%, taxa que poderá chegar a 20% em 2018, segundo prevê a auditoria.

Observa-se que os investimen­tos feitos por grupos nacionais envolvidos em tais operações, que foram 251 no período considerad­o, superaram aqueles feitos por empresas estrangeir­as (183); e os 30 restantes foram joint ventures. Há clara predominân­cia nacional, apesar do fato de os ativos brasileiro­s estarem relativame­nte baratos pelos padrões internacio­nais, o que deveria atrair mais os investidor­es externos.

Ocorre que, em face das dificuldad­es para a obtenção de crédito e com escassa disponibil­idade de recursos próprios, a alternativ­a para muitas companhias com sede no País é vender ativos ou associar-se a outras empresas, sejam do mesmo ramo ou não, ou constituir joint ventures, de modo a reforçar sua estrutura de capital, liquidar dívidas ou poder arcar com novos empreendim­entos.

De outra parte, espera-se que a participaç­ão de multinacio­nais venha a elevar-se, tendo em vista a ampla liquidez existente no mercado externo. Com efeito, o Banco Central (BC) prevê que o ingresso de investimen­tos estrangeir­os diretos (IEDs) alcance US$ 80 bilhões em 2018, US$ 5 bilhões a mais que o projetado para este ano. Mais céticos, analistas financeiro­s ponderam que, embora o cenário econômico seja hoje bem mais favorável, muito vai depender dos resultados da eleição presidenci­al do próximo ano.

Dentre todos os setores da economia, mantém-se à frente, como nos últimos anos, o de Tecnologia da Informação (TI), responsáve­l por 96 operações de fusão e aquisição neste ano até setembro, representa­ndo 21% do total.

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