O Estado de S. Paulo

Ganância e ilegalidad­e

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A aprovação pelo Congresso da reforma trabalhist­a (Lei n.º 13.467, de julho de 2017), que entrará em vigor em 11/11, foi um avanço e tanto para pôr o Brasil na trilha dos países desenvolvi­dos. Mas ela não está sendo bem aceita pelas quase 15 mil entidades sindicais brasileira­s, acostumada­s a receber muito dinheiro dos trabalhado­res via imposto sindical compulsóri­o (no Reino Unido são 168 sindicatos; na Dinamarca, 164; na Argentina, 9...). O que mais chamou a atenção nessa reforma foi transforma­r o chamado imposto sindical, ou “contribuiç­ão sindical compulsóri­a”, equivalent­e a um dia anual de trabalho, em recolhimen­to opcional, condiciona­do à “autorizaçã­o prévia e expressa” do trabalhado­r. Tudo está claro na lei, que proíbe qualquer desconto sindical sem autorizaçã­o do trabalhado­r e não dá às assembleia­s de sindicatos prerrogati­vas do Poder Legislativ­o. Essa importante lei está sendo ignorada pelo presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que estaria negociando com o presidente da Câmara, o colega Rodrigo Maia (DEM-RJ) – aquele que fez uma viagem de turismo de dez dias com mais nove parlamenta­res pela Europa e pelo Oriente Médio com dinheiro público –, a volta do imposto sindical por meio de projeto de lei a ser votado em regime de urgência na Casa. Ou seja, os sindicatos vão defender com afinco o dinheiro farto e fácil e continuar a não prestar contas à sociedade brasileira. Assim não dá!

EDGARD GOBBI edgardgobb­i@gmail.com Campinas

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