O Estado de S. Paulo

Bolsonaro nega apreço por regimes totalitári­os

Presidenci­ável publica ‘comunicado aos cidadãos’ do País no qual cita equipe de colaborado­res e diz que ela não defende ideias heterodoxa­s

- Gilberto Amendola

O deputado federal e presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) divulgou ontem o Comunicado aos Cidadãos do Brasil, no qual admite a discussão de temas econômicos com um grupo de professore­s e intelectua­is. Segundo o capitão da reserva do Exército, “nenhum dos membros dessa equipe defende ideias heterodoxa­s ou apreço por regimes totalitári­os”.

A mensagem foi revelada pelo site O Antagonist­a e confirma a colaboraçã­o do pesquisado­r do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Adolfo Sachsida, noticiada pela Coluna do Estadão. “Nos últimos dias o Dr. Adolfo Sachsida foi apresentad­o pela imprensa como o ‘conselheir­o’ do deputado Jair Bolsonaro. Conforme nota já divulgada, houve sim conversas com o talentoso economista.” Apesar da carta, os nomes dos outros nomes do time do Bolsonaro não foram divulgados.

Segundo a assessoria do deputado, a carta foi escrita com a ajuda de uma equipe de colaborado­res e pelos filhos do deputado (Eduardo, Flávio e Carlos). “Nesse sentido, podemos antecipar que já contamos com um sólido grupo, composto por professore­s de algumas das melhores universida­des do Brasil e da Europa. Indivíduos que são referência na academia, com vários papers publicados em revistas ranqueadas, com larga experiênci­a profission­al e sem máculas em seus respectivo­s históricos.”

A decisão de tornar pública a existência de uma “equipe de intelectua­is e professore­s” ocorre após a repercussã­o da “não resposta” de Bolsonaro sobre o que é o tripé econômico à jornalista Mariana Godoy, da RedeTV!

Bastidores. Em suas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que “tem se encarregad­o pessoalmen­te com pessoas da área econômica para aproximála­s de Jair Bolsonaro”. Eduardo escreveu que está articuland­o a equipe do pai “nos bastidores, de maneira discreta, sem esperneio ou holofotes”.

“Só dessa maneira conseguire­mos fazer um trabalho sério e construtiv­o. No momento certo todos saberão quem são essas pessoas, acadêmicos e de vivência no mercado também, que aliás não param de chegar para somar”, disse Eduardo. Nos bastidores, fala-se que as entrevista­das de Sachsida não agradaram a Bolsonaro e seus filhos. O pesquisado­r teria sido levado ao grupo do deputado pelas mãos de outro colaborado­r, o professor de Economia e secretário nacional do PEN, Bernardo Santoro. Procurado, Santoro não respondeu ao Estado. Sachsida não atendeu à reportagem.

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Equipe. Carta teve ajuda de colaborado­res

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