O Estado de S. Paulo

‘Não queria mais viver’, diz Phelps em SP

Em palestra no Brasil, maior nadador dos EUA conta do seu pior período na vida para dar exemplo de superação

- Paulo Favero

Pela sexta vez, Michael Phelps veio ao Brasil, agora para falar sobre sua trajetória no esporte, e não escondeu o momento duro que teve depois dos Jogos de Londres, em 2012, quando pensou em morrer. “Eu não queria viver mais”, relatou ao público.

A estada anterior de Phelps havia sido nos Jogos do Rio, quando subiu ao pódio seis vezes e chegou a 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro. “Vocês estão vendo o verdadeiro Phelps, era isso que queria mostrar. Os Jogos do Rio foram os mais bacanas para mim”, disse o nadador americano diante de 3 mil pessoas na HSM Expo, que acabou ontem em São Paulo.

Ele participou da palestra “Sem limites, a incansável busca pela excelência”, que contou ainda com a presença de seu técnico, Bob Bowman. Phelps lembrou que vinha de um período difícil após os Jogos de Londres e conseguiu mudar isso. Só tirou o sorriso do rosto quando comentou do período mais turbulento de sua vida. “Depois de 2012, fiquei frustrado, me aposentei e não queria mais ser atleta. Disputei aquela Olimpíada por causa de patrocinad­ores. Tive os resultados que mereci. Depois de um ano e meio, falei que iria voltar (no Rio) para concluir minha carreira do jeito que queria”, contou.

Antes de decidir competir no Rio, Phelps passou por maus bocados. “Não queria mais viver, ficava no quarto de três a cinco dias sem ver a luz do sol ou falar com alguém. Decidi mudar, fui buscar ajuda e durante esse processo consegui descobrir quem eu era e gostar de mim desse jeito. Abandonei alguns hábitos. Só tinha visto meu pai cinco vezes durante 20 anos, é difícil para um garoto, mas ele me ajudou nisso.”

Phelps foi aplaudido pelo público, que pagou, no mínimo, R$ 3.746 pelas palestras do dia. Evitou entrevista­s e não deu brecha para fotos. Esteve ao lado de seu técnico e se sentiu à vontade para falar sobre o passado e sua trajetória.

O fenômeno das piscinas revelou até um episódio marcante, aos 11 anos, quando começou a nadar com Bowman. “Lembro que tivemos uma reunião com minha mãe, falando do meu potencial. Ele falava que em quatro anos eu disputaria uma Olimpíada. Quando disse isso, acreditand­o em mim, parei com outras atividades e me concentrei na natação. Quatro anos depois, participei da minha primeira Olimpíada.”

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OPENSPACE Reação. Phelps afirmou que decidiu mudar e buscou ajuda

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