O Estado de S. Paulo

Capobianco já investe em 2018

- JOÃO WADY CURY E-MAIL: JOAO.CURY@ESTADAO.COM BLOG:CULTURA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/ARCENICO

Sim, 2017 não está bolinho e é por isso que há quem já aponte o foco para 2018. É o caso de uma moça que ocupa um assobradad­o anos 20, cravado na Rua Álvaro de Carvalho, ao lado do Largo da Memória, no Centro da cidade. A moça em questão é Fernanda Capobianco. Dirige o instituto cultural que leva o sobrenome da família. Ela não está mais entre nós. Vive intensamen­te 2018 e os projetos que irá implementa­r com a recente aprovação para captar R$ 1 milhão pela Lei Rouanet. “Temos três grandes projetos de residência artística e dramatúrgi­ca para o começo de 2018”, diz. “Além, é claro, do envolvimen­to com os moradores do entorno, que se beneficiam das nossas atividades gratuitame­nte.

SORTIDOS E SUBMERSOS

As duas primeiras residência­s dramatúrgi­cas já foram definidas. A primeira terá texto e direção de Rafael Gomes, do Empório de Teatro Sortido. Gomes irá escrever uma peça – Fazendo Geleia na Suiça – em quatro meses durante um processo colaborati­vo com os atores do grupo. A outra residência segue o mesmo caminho e terá dramaturgi­a e direção de Kiko Marques. O texto da peça Casa Submersa, que será tecido com o elenco do grupo Velha Companhia, fecha a trilogia de Marques, iniciada com Cais ou Da Indiferenç­a das Embarcaçõe­s e, em seguida, com Sínthia – que volta ao cartaz no Capobianco em 20 de novembro.

SUCESSO DA CATÁSTROFE

E para coroar o processo a Episódica Cia começa em fevereiro a residência artística para montar uma peça que mistura A Catástrofe do Sucesso, de Tennessee Williams, e a própria vida do dramaturgo – é bom lembrar que Willians, autor de clássicos como Um Bonde Chamado Desejo, escreveu Catástrofe para dizer ao mundo como a fama o arrastou para a esterilida­de intelectua­l e incapacida­de produtiva.

PIRA NA CACHOLA

Vai ter Pirandello pra toda gente. Está chegando às estantes Pirandello em Cinco Atos, pela editora Carambaia, obra traduzida do italiano por Mauricio Santana Dias. São cinco peças curtas, inclusive os dois primeiros textos do dramaturgo italiano encenados em 1910 – O torniquete e Limões da Sicília –, ainda escritas em dialeto siciliano. Completam o volume A Patente, escrita em 1917, e O homem com a flor na boca e O outro filho. Uma curiosidad­e: todas foram escritas anteriorme­nte como novelas curtas e depois vertidas para o palco.

DRAMATURGI­A HOJE

Lê peças e não entende como chegaram ao palco ou assiste peças e não entende como o texto se encaixou naquela barafunda? Agora tem um caminho para desvendar os mistérios insondávei­s das artes cênicas e seus elementos narrativos. O curador de teatro do Centro Cultural São Paulo, Kil Abreu, fará um curso rápido sobre o texto teatral e sua transposiç­ão para o palco: Dramaturgi­as Contemporâ­neas: formas e processos. Será no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, dias 4 e 6 de dezembro, das 19h30 às 21h30.

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PATRICIA CRUZ /ESTADÃO Fernanda. Rouanet aprovada
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