O Estado de S. Paulo

Com novo motor, Alonso quer voltar ao topo da F-1

Bicampeão do mundo em 2005 e 2006, espanhol acredita que, com o motor Renault, poderá sonhar alto novamente na F-1

- Rodolfo Mondoni

Espanhol bicampeão mundial acredita que McLaren/Renault vai andar bem em 2018.

Fernando Alonso ainda não conseguiu repetir, desde sua volta à McLaren em 2015, o desempenho que obteve em outras equipes. Apesar do retrospect­o negativo, renovou o contrato e está mais confiante para a temporada 2018, depois que a escuderia decidiu trocar o motor Honda pelo Renault.

Pilotando pela marca francesa, o espanhol foi bicampeão mundial (2005 e 2006). Posteriorm­ente ainda conquistou três vice-campeonato­s pela Ferrari (2010, 2012 e 2013) e agora aposta na parceria que lhe rendeu os dois títulos para repetir os momentos de glória, dessa vez pela McLaren.

Antes de acelerar no GP do Brasil, domingo, em Interlagos, o piloto espanhol falou com o Estado sobre suas expectativ­as para 2018 e o que pensa sobre seu futuro na F-1 e fora da principal categoria do automobili­smo mundial.

• Você conquistou dois títulos da Fórmula 1 pela Renault. Agora, a McLaren decidiu trocar o motor Honda pelo da marca francesa. Como você vê essa mudança?

Tivemos três temporadas difíceis, especialme­nte a última, quando houve problemas de motor e no carro que me impediram de completar algumas corridas. Essa mudança é positiva e estamos otimistas. O objetivo é voltar ao topo, conquistar pódios e brigar pelo título. Com a Renault vivi alguns dos melhores momentos da minha carreira. Agora tentar repetir a história na McLaren.

• Você acredita que é possível voltar ao topo em 2018?

A Mercedes dominou nos últimos quatro anos, com Rosberg e Hamilton. Essa temporada foi muito fácil, terminou faltando duas corridas para o fim. No próximo ano, Hamilton continuará sendo o favorito, mas acho que o campeonato será mais equilibrad­o e mais times poderão desafiar a hegemonia da Mercedes. Ferrari, Red Bull e a McLaren irão brigar.

• Você correu na Indy e irá pilotar em Daytona. Porque decidiu pilotar em outras modalidade­s?

Se eu estivesse brigando pelo título, não teria essa possibilid­ade. Correndo em diferentes categorias, eu tenho chance de continuar vencendo. Isso ainda não aconteceu, mas, enquanto houver no meu time essa liberdade, vou continuar correndo no máximo de categorias que for possível. A forma de pilotar um carro da Indy ou de Endurance é muito diferente da Fórmula 1. Em cada um deles é como se começasse do zero. Gosto desse desafio.

• Você vai correr por mais quantos anos na Fórmula 1? O que planeja fazer quando sair?

Essa é uma pergunta impossível de responder agora. Ainda não consigo prever quando vou parar. É preciso ter aquele sentimento que te ajude a escolher o melhor momento. E ainda não sinto que é a hora. Mas quando eu sair da Fórmula 1, talvez, continue em outras categorias que permitam uma carreira mais longa. Eu quero ajudar no desenvolvi­mento de novos talentos. Passar para os mais jovens parte da minha experiênci­a.

• Qual sua opinião sobre a aposentado­ria de Felipe Massa?

Ele é um amigo, corremos na mesma equipe (na Ferrari, entre 2010 e 2013), convivi com ele muitos anos. Não é bom quando um companheir­o diz adeus. Mas ao mesmo tempo eu compreendo a decisão dele. Massa tem outros planos fora da Fórmula 1 e agora ele poderá aproveitar mais tempo com a família e amigos. Eu desejo a ele felicidade nessa nova fase.

• Você gosta de correr aqui no Brasil. Qual sua expectativ­a?

Eu amo pilotar no Brasil. É um dos circuitos que tenho algumas das melhores memórias. Apesar de nunca ter vencido, conquistei o título duas vezes aqui. Os brasileiro­s são apaixonado­s pela Fórmula 1, o país teve grandes pilotos. Nessa temporada perdi a chance de conquistar pontos em diversas ocasiões por causa de problemas no carro, penalidade­s, etc. Espero ter uma corrida sem surpresas negativas e conseguir pontuar mais uma vez.

Eu amo pilotar no Brasil. É um dos circuitos que tenho algumas das melhores memórias. Apesar de nunca ter vencido uma corrida, conquistei o título duas vezes aqui. Os brasileiro­s são apaixonado­s pela Fórmula 1. Espero ter uma corrida sem surpresas negativas e conseguir pontuar mais uma vez’’

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Esportes
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TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Previsão. Para Alonso, a F-1 vai ser mais equilibrad­a em 2018

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