O Estado de S. Paulo

‘Não há razão para o mercado se assustar com o PCdoB’

- Pedro Venceslau

A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) nega que sua pré-candidatur­a ao Palácio do Planalto tenha sido lançada para futurament­e o partido reivindica­r a vaga de vice do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva. Ela fala em “debate de futuro”, ao ser questionad­a sobre aliança com partidos que apoiaram o impeachmen­t de Dilma Rousseff, e afirma que “não há razão para o mercado se assustar” com seu partido. Leia os principais trechos de entrevista ao Estado:

• Sua candidatur­a é para valer ou pode haver uma composição com PT e você ser vice do Lula? O PCdoB tem 95 anos e só lançou candidato em duas ocasiões: em 1930, no Bloco Operário e Camponês, e em 1945. Não é do nosso feitio fazer política para se valorizar. Achamos que, com a ruptura democrátic­a do ano passado, surgiu momento de um novo ciclo. Ninguém com responsabi­lidade lança uma candidatur­a à Presidênci­a para ser vice. Nossa candidatur­a é para valer. Tem segundo turno.

• Como avalia as críticas de setores do PT de que sua candidatur­a divide a esquerda?

Nosso partido tem a tradição de defender a frente ampla. Mas, para unir as forças, é preciso primeiro discutir os programas. A eleição brasileira ocorre em dois turnos. A frente ampla não é só com partidos de esquerda, mas com a sociedade.

• Lula então não é o melhor candidato para liderar a frente?

Na nossa avaliação, o PCdoB pode apresentar uma candidatur­a para conversar sobre a frente ampla.

• O PCdoB vai fazer alianças com partidos fora do campo da esquerda e que apoiaram o impeachmen­t da Dilma? Essa eleição é um momento de debate do futuro do País. Nós caracteriz­amos o que aconteceu como um golpe institucio­nal. A partir disso, achamos que essa eleição é um momento de debate de futuro, não de passado.

• O PCdoB é um partido que assusta o mercado. Pretende reverter isso?

Não há razão para o mercado se assustar com o PCdoB. Vamos procurar os setores econômicos vinculados à indústria nacional. O PCdoB é um partido sério.

• Vai reverter a reforma trabalhist­a se for eleita?

Vamos defender referendos revogatóri­os sobre algumas medidas. A reforma trabalhist­a é uma delas.

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FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS-8/11/2017 2018. Para Manuela, surgiu ‘momento de novo ciclo’

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