Livro narra vida de um campeão em ondas grandes
Biografia de Carlos Burle é lançada em São Paulo e apresenta a trajetória do surfista que superou os limites com a prancha
O surfista Carlos Burle promoveu uma sessão de autógrafos de sua biografia ontem, na Livraria Cultura, em São Paulo. Com a presença de dezenas de pessoas, entre elas o piloto Cacá Bueno e a skatista Leticia Bufoni, ele assinou as publicações e falou sobre a realização de mais um projeto no ano em que decidiu parar de competir.
“É mais um filho, de três anos de gestação, feito com muito prazer. A gente elaborou ele de forma muito concisa e foi um prazer enorme passar por todos os fatos que construíram minha carreira. Eu sempre quis escrever esse livro da forma mais sincera e honesta, mostrando realmente o ser humano e desconstruindo a imagem do atleta”, afirmou.
Carlos Burle – profissão: surfista é um lançamento da Editora Sextante (selo Primeira Pessoa) e surgiu a partir de depoimentos do surfista a André Viana. Com 320 páginas, narra os principais fatos da carreira de Burle, como um dos episódios que mais repercutiu, quando ele resgatou Maya Gabeira após ela cair de uma onda em Nazaré, em Portugal, e ficar inconsciente. As imagens disso rodaram o mundo.
Só que o conteúdo da publicação não passa apenas pelas façanhas em cima da prancha, como quando ele pegou uma onda de 22,6 metros em Mavericks, na Califórnia (Estados Unidos), que lhe rendeu o recorde mundial no Livro Guinness, ou quando ele encarou uma montanha de água de aproximadamente 100 pés, equivalente a 30 metros, em Nazaré, Portugal.
O livro relata a trajetória de Burle fora da prancha e a ideia não foi apresentar uma narrativa de herói, pelo contrário. “A intenção desse livro não é polemizar nem criar conflito. Espero que através das minhas experiências a nova geração se sinta à vontade para enfrentar seus desafios e ir atrás do autoconhecimento e da sua felicidade. É um livro verdadeiro, estou muito feliz”, continuou.
André Viana não conhecia a fundo Carlos Burle antes de ser convidado para ajudar a escrever o livro. Mas após alguns contatos, foi para o Havaí e ficou um período com o surfista, conversando sobre os fatos da vida dele. “O processo foi curioso e ele me ganhou quando disse que queria um livro sincero, não heroico. Ele falou que queria um livro revelador, e acho que ficou assim mesmo”, disse.
Para escrever o livro, Viana teve de fazer muita pesquisa. Nordestino como Burle, ambos tiveram uma sintonia grande logo de cara e outro fator que ajudou foi que o autor também já surfou. “A gente deu um mergulho na história da vida dele e, a certa altura, o Burle começou a perceber que não lembrava de muita coisa. Então a gente começou a entrevistar os amigos para fechar essas lacunas. No final, o que era para ser o depoimento de uma pessoa só virou uma biografia no sentido mais complexo do termo”, comentou Viana.