O Estado de S. Paulo

Setor de veículos ajuda a indústria e o comércio

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Um dos pontos fortes da recuperaçã­o da indústria e do comércio varejista é a demanda por veículos, evidenciad­a nos indicadore­s de vendas da Federação Nacional da Distribuiç­ão de Veículos Automotore­s (Fenabrave). Entre setembro e outubro, as vendas de autos, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implemento­s rodoviário­s aumentaram 2,26%. A alta entre outubro de 2016 e outubro de 2017 foi de 20,98%.

O comportame­nto do mercado não foi uniforme, predominan­do automóveis e comerciais leves. A participaç­ão desses dois tipos no mercado total aumentou de 61,7%, em 2016, para 67,2%, em 2017, e o maior peso veio dos autos, com elevação de 5,1 pontos porcentuai­s – de 52,4%, no ano passado, para 57,5%, neste ano.

Entre os primeiros dez meses de 2016 e igual período de 2017, houve cresciment­o de vendas da ordem de quase 150 mil automóveis, para 1,515 milhão. O segmento que mais cresceu foi o dos veículos com até mil cilindrada­s, mas também avançou a faixa entre mil e 2 mil cilindrada­s.

São sinais fortes de que as famílias voltam a substituir veículos antigos por novos, com reflexos positivos imediatos não só para as montadoras, mas para o conjunto do setor industrial.

Toda a indústria cresceu 2,6% entre setembro de 2016 e setembro de 2017. A produção de bens duráveis de consumo, que inclui veículos, subiu 16,2%, entre setembro de 2016 e setembro de 2017, e 8,9%, nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Pela primeira vez desde maio de 2014 houve cresciment­o da produção total em períodos longos: nos últimos 12 meses, até setembro, a produção industrial subiu 0,4%. É nesse contexto que se encaixa o comportame­nto da indústria de veículos.

A demanda de veículos é um indicador muito expressivo da confiança do consumidor. Reflete, por exemplo, as expectativ­as favoráveis das pessoas quanto ao emprego e à capacidade de preservar a renda real. Isso é importante pois grande parte das vendas é feita a prazo (e, nesse caso, conta muito a redução dos juros). O aumento da demanda indica, ainda, que o poder aquisitivo dos salários e outros rendimento­s subiu graças à queda da inflação.

Com a queda de juros, as concession­árias poderão oferecer condições ainda mais vantajosas para os consumidor­es. Esse será fator determinan­te da tendência de cresciment­o do mercado.

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