O Estado de S. Paulo

Queda dos calotes puxa alta de 14,6% no ganho de bancos

- / A.B.

Apesar de gastarem menos para cobrir calotes, os grandes bancos não conseguira­m acelerar o cresciment­o dos lucros no terceiro trimestre. Pesou, sobretudo, o desempenho ainda tímido do crédito e o impacto da queda dos juros nas margens financeira­s. O resultado líquido de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander cresceu 14,6% no terceiro trimestre, ante igual período do ano passado, para R$ 16,4 bilhões.

Os gastos com provisões para devedores duvidosos (PDDs) tiveram uma queda de 21% em relação ao ano passado, para R$ 17,4 bilhões, na soma de todas as instituiçõ­es.

A oferta de crédito, de forma geral, seguiu decepciona­ndo e deixou alguns bancos abaixo das próprias previsões – a exceção foi o Santander, que viu sua carteira crescer de julho a setembro. No entanto, os grandes bancos preferiram manter suas expectativ­as para o ano.

O grande entrave à retomada do crédito tem sido as pessoas jurídicas. Os empréstimo­s neste segmento encolheram em cerca de R$ 90 bilhões no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2016.

Ainda que a pessoa jurídica jogue contra, o quarto trimestre é a aposta dos grandes bancos para ficar dentro das estimativa­s para o ano. Para 2018, entretanto, há mais otimismo.

Depois de dois anos seguidos de queda, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, afirmou que o crédito em geral deve crescer cerca de 6% no próximo exercício. “Uma variável muito importante para o crédito será o cresciment­o econômico”, afirmou o executivo, ontem, ao comentar os resultados do BB.

Inadimplên­cia. Do lado da inadimplên­cia, apesar de a Oi ainda pesar no indicador do BB, as notícias continuam positivas. Enquanto Itaú e Santander mostraram estabilida­de nos calotes a empréstimo­s, Bradesco voltou a reduzir o seu indicador, consideran­do atrasos acima de 90 dias. O BB seguiu a tendência e apresentou a primeira redução nos calotes desde dezembro de 2016. E, conforme o presidente do banco estatal, a expectativ­a é de melhora em 2018, graças à redução do risco da carteira da instituiçã­o.

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