Biblioteca global
No Brasil há mais de uma década, BookCrossing conquistou crianças e adultos
E se o mundo inteiro fosse uma grande biblioteca? Essa ideia, que parece fruto da imaginação fértil de uma criança, foi levada bem a sério por alguns adultos, dando origem a um movimento global chamado BookCrossing. Funciona basicamente assim: alguém “esquece” um livro em um local público ou privado para que outra pessoa o encontre, leia a obra, que deverá ser novamente “esquecida” e achada por outro leitor – e assim por diante.
A iniciativa, que chegou a São Paulo há 11 anos, não conquistou apenas os já crescidos. A garotada também se beneficia da brincadeira. “Contamos com 19 pontos de troca na capital paulista, que incluem desde bibliotecas públicas e universidades até comércios, como cafés e restaurantes. Sempre temos livros infantis nesses locais e é comum que os pais deixem e levem obras voltadas para crianças”, explica Helena Castello Branco, coordenadora do movimento no Brasil.
Ela conta que conheceu o BookCrossing por meio de um amigo, que teve contato com o projeto em Nova York. Helena se encantou com a ideia e resolveu trazê-la para o País, motivada pelo desejo de ajudar a democratizar a cultura e estimular o hábito da leitura. “Acreditamos %HermesFileInfo:-65:20171110:YYQ:: que o incentivo deve começar desde cedo, pois para termos um adulto apaixonado por livros, é essencial que ele tome gosto por isso desde criancinha, seja na escola, seja em casa.”
Ao contrário das bibliotecas, onde é preciso seguir regras, o BookCrossing preza pela liberdade. Longe do “confinamento” das estantes, os livros são “soltos” em lugares inusitados – sempre com mensagens convidativas aos futuros leitores – e podem ser degustados no tempo de cada um, sem prazo predeterminado.
“Trata-se de um projeto de baixo custo e acessível para quem organiza e para o público. Sem falar que também contribui com a sustentabilidade, ajudando a economizar recursos.”
Hoje, a iniciativa, que nasceu na Califórnia, em 2001, está presente em 132 países, com 1,8 milhão de participantes cadastrados e mais de 12 milhões de livros compartilhados. No Brasil, o projeto já conta com pontos de troca em 17 estados e no Distrito Federal.