O Estado de S. Paulo

Parque do Tietê é fechado por risco de febre amarela

Saúde. É o 16º parque fechado após morte de macacos; governo estadual anunciou imunização para mais dois bairros, na zona leste, e para 15 municípios no entorno. A meta é utilizar 2,2 milhões de doses de vacina só na região metropolit­ana até o fim do ano

- Paula Felix Júlia Marques

O governo do Estado decidiu fechar o parque após um macaco ser achado infectado com febre amarela em Cajamar, cidade próxima da área de lazer. É o 16.º parque fechado por causa da doença em São Paulo. Concentrad­a na zona norte, a vacinação contra a febre amarela será estendida para dois bairros da zona leste e 15 cidades da Região Metropolit­ana.

O governo do Estado de São Paulo anunciou ontem o fechamento do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste paulistana, após a confirmaçã­o de mais um macaco morto infectado com febre amarela. Esse é o 16.º parque fechado em São Paulo após mortes de macacos – o primeiro fora da zona norte. Também ontem, o governo estadual anunciou que a vacinação contra a doença será estendida para dois barros na zona leste e mais 15 municípios da região metropolit­ana de São Paulo.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o macaco veio de Cajamar, na Grande São Paulo, com sinais de que tinha sido eletrocuta­do e foi atendido no Centro de Recuperaçã­o de Animais Silvestres dentro do Parque Ecológico do Tietê. Segundo o Departamen­to de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o animal foi levado pela Polícia Ambiental para o centro no dia 20 de outubro e morreu no dia 26. O macaco ficou isolado em uma gaiola e, após o óbito, a infecção pelo vírus foi confirmada.

Não se sabe se o macaco foi contaminad­o em Cajamar ou no Tietê. Mas, dado o risco de que ele tenha sido infectado no parque ou contaminad­o mosquitos na área, a unidade fica fechada a partir de hoje como prevenção. Vistorias do Centro de Controle de Zoonoses desde abril não acharam mosquitos Haemagogus e Sabethes, transmisso­res da doença, no parque.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Uip, os moradores dos bairros Jardim Piratining­a e Jardim São Francisco, próximos do parque, serão vacinados. Os funcionári­os do local, que recebe 4 mil pessoas por dia e 40 mil nos fins de semana, também serão imunizados. Até então, a vacinação na capital ocorria só em áreas perto de parques na zona norte. Em outubro, a Prefeitura já havia prometido vacinar 95% da população da região, estimada em 2,4 milhões de pessoas ao todo, até o fim deste ano.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a vacinação nos dois bairros da zona leste será feita casa a casa, a partir da semana que vem. “Equipes municipais de saúde vão diretament­e nas residência­s dos bairros citados”, informou. Segundo a pasta, não é necessário que a população da região procure os postos. Oito mil pessoas serão vacinadas nos dois locais, disse Uip. “Provavelme­nte o mosquito não vai atravessar a rodovia (Ayrton Senna).”

Região metropolit­ana. O governo estadual estendeu, ainda, a vacinação para bairros de mais 15 municípios das regiões do Alto Tietê e Osasco (veja mapa ao lado). Outros quatro municípios – Guarulhos, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba e Cotia – que já tinham vacinação – continuarã­o com as ações. O governo pretende aplicar 2.229.072 doses do imunizante na região metropolit­ana até dezembro. Para isso, conta com o envio de 2,8 milhões de novas doses da vacinas “nos próximos dias”, afirmou Uip.

Segundo ele, uma reunião com o Ministério da Saúde vai definir se a população paulista vai receber doses fracionada­s da vacina a partir de 2018. A secretaria já trabalha com a possibilid­ade de ampliar a vacinação para todo o Estado a partir do início do ano que vem. “É uma discussão com o Ministério da Saúde para vacinar toda a população. Estudos científico­s mostram que a vacina protege por nove anos”, explicou Uip. Estudos anteriores indicavam que a validade da imunização fracionada era só de um ano.

Neste ano, foram registrado­s no Estado de São Paulo 23 casos silvestres de febre amarela, com 10 óbitos. Os casos de contaminaç­ão de primatas se concentram na região de Campinas, com 283 registros de macacos infectados – no total do Estado, são 298 contaminad­os.

Parques. Uip anunciou ainda que o Horto Florestal e o Parque Estadual da Cantareira, na zona norte, fechados desde o dia 20, quando foi confirmada a infecção pelo vírus em um macaco achado morto no Horto, devem ser reabertos em janeiro.

Ele afirmou que, após a reabertura, os frequentad­ores serão orientados a só ir ao local se estiverem vacinados ou se fizerem uso de repelente. Hoje, 13 parques municipais estão fechados. Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, não há previsão de reabertura desses outros locais.

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NA WEB Portal. Sintomas e tratamento da doença estadao.com.br/e/videofebre

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