O Estado de S. Paulo

Maia: restrição maior a aborto ‘não vai passar’

- / BIBIANA BORBA, DAIANE CARDOSO e LÍGIA FORMENTI

Aprovada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, a proposta de proibir o aborto em casos de estupro no Brasil “não vai passar na Câmara”, nas palavras do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado deu a declaração em sua página oficial no Facebook. Ainda não há garantia ou data prevista para que o projeto, resultado de pressão da bancada evangélica, seja levado para votação no plenário.

A proposta foi inserida em uma PEC que já tramitava na Câmara, sobre a ampliação da licença-maternidad­e em caso de bebês prematuros de 120 para 240 dias. O relator da proposta, Jorge Tadeu Mudalem (DEMSP), sob pressão dos evangélico­s, alterou o texto para incluir também mudanças relacionad­as à interrupçã­o da gravidez.

O texto aprovado até agora não deixa claro se as hipóteses de aborto hoje permitidas – para casos de estupro, risco à gestante ou anencefali­a do feto – passariam a ser punidas. A Constituiç­ão seria alterada para que “o princípio da dignidade da pessoa humana e a garantia de inviolabil­idade do direito à vida passem a ser respeitado­s desde a concepção” e não, como é hoje, após o nascimento.

Na próxima semana, serão votados destaques. Depois, o texto fica disponível para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.

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